Alckmin quer reduzir total de secretarias em São Paulo


Daniela Lima - Folha.com

Jorge Araújo/Folhapress 
O governador Geraldo Alckmin e autoridades civis e militares durante desfiles de 9 de Julho em São Paulo


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), encomendou um estudo de reestruturação "radical" de seu secretariado, cujo ponto de partida é antecipar a saída de secretários que desejem disputar as eleições de 2014. Hoje, das 25 pastas, oito são comandadas por deputados.

O governador dá sinais de que deseja reduzir o número de parlamentares em sua equipe desde o fim do ano passado mas para evitar atritos com aliados havia decidido exigir a saída dos que desejam disputar reeleição só em dezembro.

Após as manifestações, no entanto, a cúpula do PSDB passou a pregar a antecipação do cronograma.

Nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador José Serra afirmaram a Alckmin que, reduzindo deputados em sua equipe neste momento, ele pode capitalizar a repulsa das ruas ao universo político e dar ao governo caráter eminentemente técnico.

Além disso, os tucanos querem que o governador exiba uma reforma substanciosa antes da presidente Dilma Rousseff (PT), que está sendo cobrada pela oposição a mudar sua equipe ministerial. A medida seria, assim, "um exemplo" a ser seguido.

Alckmin encarregou o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, e seu assessor especial, João Carlos Meirelles, de elaborar proposta que combine a saída de secretários políticos com o enxugamento da estrutura do governo. O secretário de Planejamento, Julio Semeghini, também discute a reformulação.

Aparecido abriu mão da reeleição ao assumir a Casa Civil. A posição de Semeghini, que é deputado, ainda é uma incógnita no Bandeirantes. O governo trabalha com a possibilidade de fusão em pelo menos três pastas, além de fundações e empresas.

O principal entrave para a reforma no secretariado é o convencimento de aliados, a começar pelos deputados do PSDB. Alckmin tem em sua equipe nomes fortes dentro do partido, como José Aníbal (Energia) e Bruno Covas (Meio Ambiente).

Há ainda deputados de outros partidos, como Rodrigo Garcia, do DEM, que comanda a pasta de Desenvolvimento Social. A um ano de disputar sua própria reeleição, Alckmin não quer melindrar nenhum aliado.

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