Pré-candidato à Presidência, senador criticou Dilma na condução da reforma política
BRUNO GÓES - O Globo
O senador Aécio Neves com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em evento do PSDB no Rio
Domingos Peixoto / Agência O Globo
Pré-candidato à Presidência da República, o senador tucano Aécio Neves disse nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que o PSDB buscará ser o novo nas eleições de 2014, enquanto o PT representa o velho. Ele criticou a condução da presidente Dilma Rousseff da reforma política e apresentou os pontos principais de um projeto do PSDB para esta questão.
— A resposta da presidente, ao propor uma Constituinte restrita, completamente inconstitucional, e depois um plebiscito que o governo sabia, ou tinha a obrigação de saber inviável no tempo para ser operacionalizado, é uma clara resposta de quem envelheceu — disse Aécio Neves.
Quando perguntado por jornalistas se sua campanha se assemelharia ao discurso do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad nas últimas eleições, de que representava o novo, o senador foi direto:
— Está velho — disse Neves referindo-se a Haddad.
Sobre as propostas de reforma política de seu partido, Aécio Neves afirmou:
— Defendo o voto distrital misto, o fim das coligações proporcionais e a cláusula de desempenho para partidos políticos. Eu, pessoalmente, defendo o fim da reeleição e mandato de cinco anos.
Em encontro marcado para discussão do desenvolvimento do Rio de Janeiro, organizado pela presidente do Instituto Teonônio Vilela, Elena Landau, Aécio Neves foi vago sobre o palanque do PSDB ao governo do Rio na campanha do ano que vem.
— Nós queremos aqui no Rio a construção de um palanque amplo. A nossa intenção é que as pessoas olhem para o PSDB no momento da eleição e enxerguem algo absolutamente novo. Na gestão eficiente e na capacidade de ter sensibilidade — afirmou o senador, que não descartou apoiar a pré-candidatura do vereador Cesar Maia (DEM), ex-prefeito do Rio.
Fernando Henrique também criticou a postura do governo federal diante das manifestações que ocorreram por todo o país. Segundo o ex-presidente, o governo tentou jogar para o Congresso a responsabilidade por mudanças. No entanto, o tucano acredita que o problema retornou para o Palácio do Planalto.
— O governo federal chamou para si o problema. Inicialmente, parecia ser um problema local, de ônibus, de mobilidade urbana, ou mesmo outros parecidos. E o governo chamou para si o problema. O resultado é um desgaste enorme, um visível desgaste — afirmou Fernando Henrique.
O ex-presidente alertou ainda para a possibilidade de partidos se aproveitarem dos protestos:
— Acho que os protestos foram bons para todo mundo. Não acho que foi ruim. Mas não é para favorecer tal ou qual partido. Quem imaginar que vai tirar proveito eleitoral das manifestações, espontâneas, chamadas pela internet, perdeu.
Também estiveram presentes no evento o economista Edmar Bacha e o tucano Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará.
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