PAULO PEIXOTO - Folha.com
Diante da aproximação entre PSD e o governo Dilma Rousseff, deputados do PSD de Minas ameaçam sair em bloco da legenda, para se manterem alinhados ao senador Aécio Neves (PSDB).
O grupo é o mesmo que em 2012 se recusou a apoiar o PT em Belo Horizonte, contra a vontade do presidente nacional da sigla, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
De uma só tacada, o PSD-MG perderia os seis deputados estaduais e também o deputado federal licenciado Alexandre Silveira, que é secretário no governo de Minas, gerido pelo PSDB.
Esses deputados rejeitam qualquer solução para o impasse que não seja o alinhamento ao grupo de Aécio em 2014, seja na eventual candidatura do tucano à Presidência ou na aliança que disputará o governo de Minas.
As cúpulas nacional e estadual do PSD caminham para apoiar a reeleição da presidente Dilma e a candidatura a governador em Minas do ministro Fernando Pimentel (PT, Desenvolvimento).
Consumada essa possibilidade, apenas os cinco deputados da bancada federal do PSD-MG, mais próximos ao Planalto, ficariam no partido.
Os estaduais debandariam em bloco. Assim, consideram que terão mais força em negociação com outra legenda.
"Ainda vamos lutar internamente para tentar derrubar a minoria petista, mas nos deixa apreensivos a ação truculenta do Kassab, a intervenção", disse o deputado Gustavo Valadares (PSD).
Paulo Simão, presidente do PSD-MG, diz que as decisões não estão fechadas. Embora reconheça que o partido tende a apoiar Dilma e Pimentel, ele diz que ainda é cedo para dar a questão como definida. Afirma que tem conversado com PT e PSDB.
No ano passado, o grupo dissidente derrotou Kassab e Simão em todas as instâncias da Justiça Eleitoral. O ex-prefeito de SP acertou com a presidente Dilma que apoiaria o candidato do PT à Prefeitura de BH, Patrus Ananias.
Só que isso ocorreu depois de o diretório já ter decidido pelo apoio a Marcio Lacerda (PSB), nome de Aécio. Kassab, então, interveio no diretório, mas a Justiça anulou a medida. Lacerda teve o apoio do PSD e venceu.
NOVO PARTIDO
Os aecistas do PSD falam em migrar para o MD (Mobilização Democrática), novo partido que está sendo criado a partir da fusão do PPS e PMN. Só que essa possibilidade vem perdendo força.
Os descontentes do PSD começam a se afastar da ideia pelo fato de a própria Executiva do MD em Minas, conforme apurou a Folha, já admitir que a direção nacional da nova sigla quer apoiar a possível candidatura presidencial do governador Eduardo Campos (PSB-PE).
"O MD é uma das possibilidades, mas há o risco de ele estar contra Aécio", disse Valadares. Em princípio, o MD participaria da aliança com Aécio apenas na disputa regional.
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