Oposição atribui à inflação queda de popularidade de Dilma


FERNANDA KRAKOVICS - O Globo

Senadores de oposição criticaram, nesta segunda-feira, a condução da política econômica e atribuíram principalmente à inflação a queda de popularidade do governo Dilma Rousseff, mostrada em pesquisa Datafolha divulgada no final de semana.

— Há um aumento do pessimismo, um aumento do número de pessoas que acreditam que as coisas não estão indo bem, que a inflação vai aumentar, que o desemprego vai aumentar, o que se reflete no grau maior de desconfiança em relação à capacidade do governo de dar conta do recado — afirmou o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP).

O tucano criticou ainda a atitude “triunfalista” do ministro Guido Mantega (Fazenda) que, segundo Nunes Ferreira, passa por uma crise de credibilidade.

— Se o nosso ministro Mantega fosse uma daquelas ciganas que ganha a vida prevendo o futuro, seguramente estaria neste momento morrendo de fome, pois ninguém mais acredita nas suas previsões — ironizou.

Da ala independente do PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) afirmou que o otimismo em relação à economia brasileira não era real e que agora o momento de euforia teria acabado, refletindo na popularidade do governo:

— Nós estamos caminhando para cair na real. Cair na real é perceber que essa verdadeira farra que a gente vem vivendo e que deslumbra todo mundo se esgota se ela não tiver uma base sólida, e a nossa economia não tem base sólida hoje.

Coube ao senador Jorge Viana (PT-AC) colocar “panos quentes” e minimizar a pesquisa Datafolha, Para ele, os solavancos na economia são reflexo da crise internacional.

— Essa oscilação (na popularidade) é normal, certamente vinculada com o momento que o mundo vive. Toda hora a oposição pede corte do gasto público, mas temos que fazer investimentos.



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