Entrevista do Vereador Andrea Matarazzo ao O Jornal Madalena


Deise Marques - O Jornal Madalena 

Andrea Matarazzo, paulistano, tem mais de 20 anos de vida pública, com experiência nas três esferas de poder. Em fevereiro de 2013, o Vereador (PSDB) foi eleito Presidente de uma das comissões que está entre as mais polêmicas da Câmara Municipal de São Paulo, justamente pela amplitude de seu escopo: a Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente. “O trabalho da comissão será fundamental a partir deste ano, por conta da discussão do Plano Diretor de São Paulo. Também serão debatidos outros temas vitais para a cidade, como a inspeção veicular, acessibilidade, áreas verdes, parques públicos e permeabilidade, entre outros”, explicou. Compõem a comissão os Vereadores Paulo Frange (PTB), como vice-presidente, e José Police Neto (PSD), Toninho Paiva (PR) , Dalton Silvano (PV), Nabil Bonduki (PT) e Nelo Rodolfo (PMDB), como membros.

Formado em Administração de Empresas, Matarazzo foi secretário de Estado da Cultura de São Paulo (2010 a 2012); Secretário de Política Industrial no Governo Itamar Franco, Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação de Governo da Presidência da República (1999 a 2001) e exerceu o cargo de Embaixador do Brasil na Itália (2001 a 2002), no governo de Fernando Henrique Cardoso. No governo do Estado, além de Secretário da Cultura, foi Secretário de Energia (1998), Presidente da Companhia Energética de São Paulo, Cesp (1995 a 1998) e presidente do Conselho da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). No município, foi Subprefeito da Sé (2005 a 2007), Secretário de Serviços (2005 a 2006) e Secretário de Coordenação das Subprefeituras (2007 a 2009). Dentre os destaques de seu trabalho realizado na cidade estão questões relativas à limpeza urbana, pavimentação, reforma e padronização de calçadas e acessibilidade e mobilidade urbana.

Com a autoridade que a larga experiência lhe dá, e pelo cargo que ocupa hoje, Matarazzo já assumiu a comissão expondo sua posição claramente. Nesta conversa com os leitores dO Madalena SP, ele reitera a defesa de um “novo Plano Diretor Estratégico (PDE) e seus complementos”, e pontua sua análise crítica sobre o Plano de Metas da prefeitura: “o plano mostrou-se um estelionato eleitoral já que suprimiu ou omitiu boa parte das promessas de campanhas do atual prefeito”, disse.

Jornal Madalena SP: Qual a responsabilidade da Comissão de Políticas Urbanas na questão do Plano Diretor?

Vereador Andrea Matarazzo: É atribuição da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente receber projetos de lei elaborados por diversos vereadores e pelo Poder Executivo. Cabe ao grupo de vereadores que a integra analisá-los, para, em seguida, votar a viabilidade dos projetos. No momento, ainda temos alguns projetos de lei em tramitação relativos a mudança de zoneamento. A meu ver, estes deveriam ser rejeitados já que estamos em plena discussão acerca da necessidade de um novo Plano Diretor Estratégico (PDE) e seus complementos. Assim, analisar a cidade e fazer modificações pontuais não atende às necessidades atuais da cidade e pode, ainda, ir em sentido contrário às propostas estabelecidas em um novo PDE. Defendo que o Poder Executivo deve elaborar um novo PDE, realizar audiências públicas com ampla participação da sociedade e, então, enviar o projeto de lei à Câmara dos Vereadores.

JMSP: Em sua opinião, como o Plano Diretor deve ser encaminhado para - de fato - ser implementado em São Paulo?

VAM: Primeiramente, o Executivo tem de elaborar o projeto de lei do Plano Diretor, já que detém todas as informações sobre o município e tem à disposição corpo técnico especializado e necessário à elaboração. A prefeitura deverá, então, seguir todos os ritos necessários e garantir a participação da sociedade civil. Não é uma tarefa fácil, já que há diversos interesses envolvidos, mas a sociedade sabe de suas carências, de suas necessidades e, principalmente, conhece melhor do que qualquer técnico, o lugar onde vive. Demandas de transporte coletivo, de habitação, de mobilidade, dificuldades de emprego etc. Todas estas são questões vividas por cada cidadão, motivo pelo qual acho que ele deve ter papel protagonista na elaboração de um novo plano para a cidade.

JMSP: Sobre o Plano de Metas da cidade, qual a sua avaliação?

VAM: O plano de metas mostrou-se um estelionato eleitoral já que suprimiu ou omitiu boa parte das promessas de campanhas do atual prefeito. Como noticiado em toda a imprensa, ele ignorou o que falou na eleição. Seu programa de governo continha 728 metas. Nesta semana, no anúncio do Plano de Metas, fixou em 100, sete vezes menor do que o prometido. Em uma das promessas, ele disse que iria acabar com a taxa da inspeção veicular. Não o fez. O que ele fez foi acabar com o serviço da inspeção veicular.

JMSP: Qual sua mensagem aos leitores dO Jornal Madalena SP?

VAM: Em relação ao plano diretor de nossa cidade, peço que fiquem atentos à sua região e participem de todas as audiências para discutir o futuro de seu bairro. Meu gabinete está à disposição de todos e espero contar com sua contribuição para tornar o processo melhor e ampliar o debate. Além das informações oficiais divulgadas pela Casa de Leis, minha equipe irá informar, através do e-mail das associações, projetos de lei relativos a bairros específicos. Ao passo que as audiências públicas forem agendadas, publicaremos o calendário no site www.andreamatarazzo.com.br. Hoje mais que nunca devemos cuidar de nossa cidade, de como ela vai se desenvolver. É importante que todos participem deste processo.

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