Diário de S.Paulo
A falta de creches em São Paulo foi tema de destaque na campanha à Prefeitura. Durante a corrida eleitoral, o então candidato Fernando Haddad prometeu construir 172 creches, criando 150 mil vagas, quando o déficit é de 145 mil. coisa difícil é arranjar terrenos disponíveis. São escassos, disputados pelo mercado mobiliário e caros. As regiões que necessitam de creches normalmente são áreas irregulares e de impossível documentação, já que eram loteamentos clandestinos, como na zona Leste e Norte. Ou em áreas de mananciais como a Zona Sul. Aliás, este é um dos motivos - eu insisto - devemos encontrar um caminho para formalizar a regularização fundiária.
Apesar de todas essas dificuldades, a gestão anterior criou, nos últimos 8 anos, 150 mil vagas. A primeira meta do Plano Nacional de Educação, elaborado quando o atual prefeito era Ministro da Educação, é ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil para atender 50% da população de até 3 anos. Segundo o Dieese, apenas 18% das 10 milhões de crianças em idade de creches estavam matriculadas no ano passado. A própria presidente Dilma Roussef prometeu entregar sei mil creches até 2014, mas chega à metade de seu mandato com apenas sete unidades prontas. É isso mesmo: apenas sete unidades prontas.
Criticar e prometer soluções mágicas durante uma campanha é fácil. Difícil é a execução dessas promessas. De todo modo, fica aqui uma proposta para a comissão da Prefeitura encarregada de identificar áreas para construir creches: na região da Nova Luz, ao lado de duas estações de metrô e uma de trem, há um terreno da prefeitura de 4,3 mil metros quadrados, disponível, onde o Instituto Lula pretende construir o seu museu da democracia. Seria um espaço ótimo para abrigar creches.
Por sua excelente localização, que tal a Prefeitura requisitar o terreno de volta e construir as primeiras creches desse mandato? afinal, promessa é dívida.
Andrea Matarazzo é vereador de São Paulo pelo PSDB.
Site: www.andreamatarazzo.com.br Twitter: @andreamatarazzo
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