O início do Haddad: uma informação inverídica e o ‘deságue para a retaguarda' - Artigo de Alberto Goldman


Estou de volta! E começo com o Fernando Haddad.

Poucos dias antes da posse ele concedeu uma entrevista. Nada de novo, apenas um reparo, uma informação errada, um erro grave, pois não foi sem intenção. Ele disse que a ação para recuperar o dinheiro desviado pelo Maluf no caso da Avenida Água Espraiada, começou no governo Marta. A verdade é que no governo Marta chegou-se a escolher um escritório de advocacia que trataria da recuperação do dinheiro no exterior. Mas o escritório não foi contratado. A contratação foi sendo adiada, adiada, adiada, sabe-se lá por que. Certamente não foi por razões de Estado. Ou, sabe-se lá, por quais “razões” de Estado.

A contratação do escritório só se deu no governo Serra, iniciando-se ( ajuizando-se ) assim uma primeira ação que, posteriormente, deu origem a uma segunda, já no governo Kassab, para recuperar o que foi surripiado. O Haddad quis dar à Marta um crédito que ela não tem. E esqueceu de citar o Serra e o Kassab.

Pouco depois o novo prefeito decidiu falar da inspeção veicular que havia prometido que seria paga, não restringida ou eliminada, pelo orçamento público. Aí foi o seu primeiro “deságue para a retaguarda”, para não usar os chulos termos populares. Ou a inspeção veicular é necessária para melhorar as condições ambientais, ou não é. Não tem sentido, como declarou, que veículos até 5 anos de fabricação ( que também poluem ) não façam a inspeção e que ela seja feita de dois em dois anos. É como se disséssemos que 70% da poluição atual é razoável. E imaginem com o aumento de milhares de veículos por dia na cidade.

Falou besteira na campanha, muita gente gostou ( eu não apesar de ter dois carros e meus cinco filhos terem um cada ) e lhe deu os votos ( eu não ), agora cumpra, prefeito. As minhas, as suas, as nossas inspeções, quem vai pagar, seremos todos, inclusive os que não têm carro.

Tirar o corpo fora, já no início do governo, não fica bem.

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