Oposição apoiará PT no que é certo, diz líder tucano na Câmara


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Zanone Fraissat - Folhapress 
O vereador Floriano Pesaro, que assumirá novamente a liderança do PSDB na Câmara

O vereador Floriano Pesaro, que, pelo terceiro ano consecutivo, será líder da bancada de nove vereadores do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, afirma que o partido fará uma "oposição responsável", ao contrário do que fez o PT, segundo ele. Isso significa fiscalizar as ações do prefeito Fernando Haddad (PT) e apoiar o que "está certo". Os 55 vereadores da capital tomam posse no próximo dia 1º de janeiro.

Folha - Em que áreas o senhor pretende atuar?
Floriano Pesaro - Vou continuar como líder da bancada do PSDB. Minha área de atuação é junto às organizações sociais. Meu tema preferido é criança e juventude. Passa desde a questão das creches até a da população de rua e do emprego para juventude. Pretendo trabalhar pela questão das vagas em creches e na proteção e encaminhamento da população de rua. Também vou acompanhar as ações da Sabesp no programa córrego limpo, que usa o dinheiro do Fundo Municipal de Saneamento, que tem
R$ 350 milhões disponíveis.

Nesta área, uma questão considerada urgente é a cracolândia. O que o senhor achou da operação policial na área?
Operação policial na cracolândia é algo muito restrito. Ela não pode ser vista como um conjunto de ações. Tivemos investimentos importantes em Caps (Centros de Atenção Psicossocial) e no tratamento de dependência química. A ação policial é restrita à questão do tráfico. Mas ela precisa vir junto com essas ações na área de saúde.

Como o senhor avalia a gestão Gilberto Kassab (PSD)?
Foi uma gestão regular. Avançou em algumas coisas, na área do meio ambiente, com o Programa Córrego Limpo, uma maior arborização da cidade. Na educação, acabou com o terceiro turno, dobrou o numero de CEUs, retirou as escolas de lata.

A área de transporte, com exceção das ciclovias e ciclofaixas, foi um ponto negativo. O ônibus é muito ruim, nós recebemos milhares de reclamações. Não houve nenhuma obra viária. As gestões das subprefeituras também deixaram muito a desejar, deveriam ter sido mais descentralizadas.

O senhor será agora da oposição, como ela será feita?
Nosso papel é fiscalizar os atos do Executivo, principalmente o cumprimento das promessas e a probidade da administração. O PSDB não fará oposição como o PT fez, uma oposição pela oposição. Será uma oposição responsável, fiscalizará e apoiará o que está certo.

A falta de transparência na Câmara é algo que ainda recebe críticas. O que é possível fazer para melhorar isso?
Nunca tivemos um nível de transparência como o atual. Hoje, a Câmara de São Paulo é o parlamento mais transparente que temos no Brasil. A política municipal de dados abertos, projeto meu, permite que o cidadão encontre todas as contas, gastos e respectivos salários. Todas as audiências são transmitidas online, ao vivo.

O que a Câmara fez de mais relevante nos últimos quatro anos, na opinião do senhor?
Justamente a abertura das informações. Em relação aos projetos de lei, a concessão urbanística da Nova Luz foi importantíssima. Não foi para frente por ineficiência administrativa, mas a lei é muito importante e muito boa.

O que precisaria ser mudado na Câmara?
O modelo de debate dos projetos precisa ser mais amplo. Hoje, o projeto é votado rapidamente, com pouca discussão. Ele fica lá, tramitando por 2, 3 anos pelas comissões e, quando é votado, se vota 20 projetos no mesmo dia e não se tem a chance de debater. O ideal seria haver um debate maior. Que as pautas das sessões tivessem apenas três, quatro projetos.

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