PSDB pede convocações de envolvidos na Porto Seguro


Alvaro Dias: “é preciso identificar quem faz o tráfico de influência e quem o aceita”

Brasília – O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), anunciou nesta segunda-feira (26) que entrará com representações no Congresso para a convocação de pessoas envolvidas na operação Porto Seguro da Polícia Federal (PF). O parlamentar também pediu à PF o compartilhamento de informações e documentos sobre o caso.

Dias solicitou a convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, os diretores da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo e Paulo Rodrigues Vieira, a ex-chefe de gabinete da Presidência da República de São Paulo, Rosemery Nóvoa de Noronha, e outros citados nas investigações. A expectativa é que eles sejam ouvidos em diferentes comissões do Senado, como as de Constituição e Justiça, Fiscalização de Controle, Infraestrutura e outras.

“É nosso dever requisitar o inquérito policial. Esse é um tema do Senado. É preciso identificar quem faz o tráfico de influência e quem o aceita. O fato é que as agências acabam sendo ocupadas por pessoas que são indicadas por critérios políticos, e não técnicos. A Comissão de Infraestrutura do Senado tem a obrigação de convocar os responsáveis pela Anac e pela ANA para falar sobre o assunto”, declarou o parlamentar.

O caso
A operação Porto Seguro foi deflagrada pela PF na última sexta-feira (23). Segundo a PF, um esquema criminoso montado em sete órgãos federais – como a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entre outros – organizava uma espécie de “comércio” de pareceres fraudulentos. Os documentos eram encomendados por empresários que tinham interesse em negócios com o governo e referendados por integrantes do sistema. A PF iniciou as investigações após uma denúncia de um membro arrependido do grupo, funcionário do Tribunal de Contas da União (TCU) – ele havia recebido propina de R$ 100 mil para elaborar um parecer falso, mas voltou atrás, devolveu o dinheiro e informou a polícia.

O caso respinga em pessoas chave dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Rosemary Nóvoa, presa pela PF, é amiga de longa data de Lula e chegou a pedir ajuda a José Dirceu – condenado a 10 anos de detenção por coordenar o mensalão – quando foi abordada pelos policiais. O articulador do esquema na AGU, segundo a PF, era José Weber, o número 2 da instituição – ele chegou ao posto referendado pela ex-ministra Erenice Guerra, sucessora de Dilma como ministra da Casa Civil.

Outra pessoa citada no caso, Paulo Rodrigues Vieira, ocupa a diretoria de hidrologia da ANA mesmo sem ter conhecimento técnico sobre o assunto – ele chegou a ser tema de um “dossiê” produzido pelos servidores da instituição e sua indicação só foi aprovada pelo Congresso após uma intensa articulação de membros da base aliada do PT.

Com informações da Liderança do PSDB no Senado

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