Para Serra, adversários precisam 'aprender o bê-á-bá'


Sem citar nomes, tucano diz que Russomanno e Haddad montariam em 'garupa' de padrinhos e não saberiam governar

BRUNO BOGHOSSIAN - O Estado de S.Paulo


O candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, atacou seus adversários na disputa e afirmou que eles terão de "aprender o bê-á-bá" antes de começar a governar, se forem eleitos. Sem citar os nomes de Fernando Haddad (PT) e Celso Russomanno (PRB), o tucano tentou mais uma vez se apresentar como um candidato experiente e apontou que seus rivais são dependentes de aliados.

"Uma coisa é certa: poucos são os que se salvam. Nenhum dos que estão aí vai começar a trabalhar no primeiro dia. Todos vão ter que aprender o bê-á-bá e aí vão montar na garupa do padrinho daqui ou do padrinho de lá, e não vão saber o que fazer e aí começa a confusão", afirmou Serra, em palestra a alunos do Instituto Presbiteriano Mackenzie.

O tucano também ironizou as propostas de seus adversários na área de transportes. Disse que Haddad apresenta o plano do Bilhete Único Mensal de maneira "esnobe" e que a ideia de Russomanno de cobrar tarifas de ônibus proporcionais à distância viajada é "cretina".

"O que é certo que eles falam é cópia. O que é inovação é bobagem", disse. "(O Bilhete Único Mensal) na verdade é estupidez, é só para apresentar como uma coisa que vai resolver. (No caso da tarifa proporcional), você nem tinha um problema, aí alguém faz uma proposta cretina. É só para dizer que fez algo diferente, confiando na desinformação das pessoas."

Mais cedo, Serra chamou de "jogada eleitoral" a ameaça de greve de metroviários em São Paulo a quatro dias do primeiro turno da eleição municipal. Ele insinuou que o movimento tem influência de adversários do PSDB - seu partido e sigla que comanda o governo do Estado, que negocia com a categoria.

"Espero que não aconteça, porque seria um abuso com relação a nossa população, inaceitável e uma jogada eleitoral absolutamente abominável. Não tenho dúvida de que tem gente querendo isso, mas eu confio que os metroviários não vão parar, porque isso é castigar a população trabalhadora da cidade", disse.

Dilma. O tucano voltou a dizer que não criticou a entrada da presidente Dilma Rousseff na campanha de Fernando Haddad (PT), mas repetiu que ela "não conhece São Paulo". "Nem ela acha que conhece São Paulo. Quem é de fora não deve conhecer mesmo", afirmou.

Serra também disse novamente que Dilma não se explicou sobre a nomeação de Marta Suplicy para o Ministério da Cultura. "Ela não respondeu. O que eu disse é que foi muito errado ela fazer mudança de ministério só por causa da eleição em São Paulo", afirmou o tucano. "A Marta Suplicy era contra o Haddad e, para ela apoiá-lo, ela deu um ministério e tirou outra ministra (Ana de Hollanda). Isso é um uso de governo como se fosse propriedade privada. Essa foi minha crítica e não o fato de ela apoiar o Haddad."

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