Josias de Souza - Blog do Josias
Nas pegadas da entrada de Dilma Rousseff na campanha do antagonista do PT Fernando Haddad, o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, decidiu recorrer à estrela máxima de sua infantaria: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O comitê de Serra já levou FHC ao ar na propaganda da tevê. Agora, resolveu exibi-lo também no palanque. Marcou-se para a reta final da campanha, dia 27 de setembro, um comício. Além de FHC, vão ao ato dirigentes nacionais do tucanato e o governador Geraldo Alckmin.
Numa evidência dos cotornos nacionais que a disputa paulistana assumiu, também o petismo anuncia a intenção de realizar, em data por marcar, comício com a presença de Dilma e Lula, suas lideranças mais prestigiosas. A entrada de Dilma em cena deixou Serra algo desarvorado.
“Ela vem meter o bico em São Paulo, mas faz parte das regras do jogo”, disse o tucano. “Ela vem dizer aos paulistanos como eles devem votar. Ela, que mal conhece São Paulo, vem aqui dar o seu palpite. E nomeou até um ministério. A Marta Suplicy fez três insultos a mim e ganhou um ministério. Isso mostra que me insultar vale bastante.”
A inesperada presença de Celso Russomanno no topo das pesquisas empurra Serra para uma encarniçada disputa com Haddad por uma vaga no segundo turno. Num cenário assim, é razoável que cada um utilize as armas de que dispõem. E Dilma, hoje uma presidente popular, não é força negligenciável.
Como o próprio Serra declara, a presença de Dilma no palco de São Paulo “faz parte das regras do jogo”. Sem querer, a presidente acabou prestando um inestimável serviço ao PSDB. Na cruzada presidencial de 2010, Serra mantivera FHC no armário. No início da campanha, chegou mesmo a adular Lula. Agora, assume o legado do amigo FHC de peito aberto.
Se vai ajudar ou não, as urnas vão informar. Mas uma coisa já pode ser dita: a queda nas pesquisas fez de Serra-2012 um candidato mais lógico –ou menos ilógico— do que o Serra-2010.
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