Para José Serra, Haddad tem 'ignorância filosófica'


Paulo Gama - Folha.com


Em evento organizado pelo PSDB em apoio a sua candidatura a prefeito de São Paulo, José Serra disse ontem estar vivendo "uma batalha". Insinuou que seu adversário Celso Russomanno (PRB) representa uma "aventura" para a cidade e afirmou que Fernando Haddad (PT) tem "ignorância filosófica".

Sem citar o petista, Serra disse que "algum candidato aí disse que o importante é a ética do indivíduo, como se a do partido não tivesse relevância. Isso é inclusive ignorância filosófica".

A frase faz referência a resposta de Haddad sobre a influência do julgamento do mensalão em sua campanha.

No final de agosto, em sabatina do jornal "O Estado de S. Paulo", Haddad disse que em "qualquer agremiação humana você pode ter desvio de conduta". "A ética é um atributo individual, ela não se presta a coletivos", afirmou o petista, que tem doutorado em filosofia pela USP.

Em relação a propostas feitas por Russomanno, Serra disse ontem que não existe "fórmula mágica".

"O pessoal fica falando coisas e diz qualquer negócio. A respeito de segurança, são ridículas, tem proposta que é transformar vigia em PM. Coisas doidas. [...] Temos de ficar livres da aventura."

O tucano classificou ainda gestões anteriores da cidade de São Paulo como "desastrosas". A senadora Marta Suplicy (PT) foi prefeita da cidade de 2001 a 2004.

"A cidade já atravessou períodos de desgoverno, em que ficou à deriva, períodos de administrações ineptas, que foram desastrosas."

Ainda sem citar Haddad, criticou o adversário por focar parcerias com o governo federal.

"Tem campanha na televisão que parece que é de candidatura a prefeito de Brasília, só se fala 'porque Brasília', 'porque Brasília'... Temos de andar pelas próprias pernas, ninguém vai andar com nossas pernas fora de São Paulo."

Falando a militantes e dirigentes tucanos, explicou novamente sua decisão de deixar a prefeitura em 2006 antes do fim do mandato como maneira de evitar que o PT assumisse o governo estadual.

Ao dizer que se sente feliz na política, disse que não é uma pessoa religiosa. "Alguns são religiosos, eu não sou. Não que não tenha religião, mas eu não tenho uma vida religiosa. De muitas maneiras pode se servir ao próximo, eu faço isso através da política."

Antes do candidato, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse acreditar que, se Serra chegar ao segundo turno, vencerá a eleição.

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