José Serra é entrevistado pelo SPTV


G1 SP


O candidato à Prefeitura de São Paulo José Serra, do PSDB, foi entrevistado ao vivo nesta terça-feira (21) no SPTV pelo apresentador Carlos Tramontina. Na segunda (20), o entrevistado foi Paulinho da Força (PTB). Gabriel Chalita (PMDB) será o entrevistado da quarta-feira (22).

Soninha Francine (PPS) será entrevistada na quinta-feira (23), Celso Russomanno (PRB), na sexta-feira (24), e Fernando Haddad (PT), no sábado (25).

A ordem da série de entrevistas foi definida em sorteio.

Veja acima a íntegra, em vídeo, da entrevista com José Serra. Abaixo, leia a transcrição das perguntas e respostas.

Carlos Tramontina: Boa noite, candidato.

José Serra: Boa noite, Tramontina.

Carlos Tramontina: Candidato, as pesquisas apontam o senhor como candidato que tem a maior rejeição dos eleitores. A que o senhor atribui esse sentimento?

José Serra: Eu sou o mais conhecido. Teve eleição presidencial em 2010. O pessoal que em geral prefere o PT ou que votaram na outra candidata tem uma manifestação mais imediata, digamos. É claro que se você olhar do outro ângulo, 62%, 63% não rejeitam e aceitam votar, o que também é uma porcentagem mais alta ainda. Isso é normal para quando você está muito tempo na política.

Carlos Tramontina: Essa rejeição não é consequência do fato de o senhor ter abandonado a Prefeitura de São Paulo em 2006 para disputar o cargo de governador do estado?

José Serra: Não creio, porque em 2006, quando eu saí da prefeitura, eu fui eleito na capital para governador com votação maior da que eu tive para prefeito, ou seja, naquela época, a população aprovou essa mudança, até porque ela veio beneficiar muito São Paulo, porque o governo do estado faz muitas coisas na cidade: tem segurança, transporte de trilhos, saneamento, metade da educação, metade da saúde, ensino técnico. Só no ensino técnico nós criamos 40 mil vagas novas na cidade. É uma coisa feita pelo governo estadual. Eu fui aprovado pelo voto. Tanto que fui o primeiro governador que ganhou no primeiro turno.

Carlos Tramontina: Candidato, na sua gestão como prefeito, o senhor criou as Amas para reduzir a demora, para reduzir a espera, na marcação de consultas e cirurgias. Mas a demora no atendimento médico continua. Por quê?

José Serra: Porque a saúde é uma batalha permanente. O que você pode fazer é melhorar. Eu dizia isso sempre quando fui ministro. Você pode melhorar as coisas, você nunca vai resolver. O importante é que hoje seja melhor do que ontem e amanhã seja melhor do que hoje. As Amas, que hoje são 140, não existiam em São Paulo. Elas atendem 10,5 milhões de pessoas por ano. Você imagina se elas não existissem. Teve problema, como por exemplo distribuição de remédios que nós praticamente resolvemos. Na lista das reclamações, hoje está lá embaixo, melhorou muito a distribuição de medicamentos. Tem áreas que você avança e tem áreas que é difícil você eliminar o atraso. O que que tem de fazer na saúde agora? Fazer funcionar melhor. Você tem 5 mil médicos a mais, você tem 900 unidades de saúde a mais, você tem que aprimorar esse funcionamento e integrar mais a saúde do governo do estado com a saúde da Prefeitura. E pegar as Amas, 30 delas, transformar em Amas 24 horas. Com isso você vai aprimorando e vai dando a batalha para que amanhã seja melhor do que hoje e hoje melhor do que ontem.

Carlos Tramontina: Candidato, o prefeito Gilberto Kassab deu dinheiro para o Metrô e não construiu nenhum novo corredor de ônibus. Se eleito prefeito, qual vai ser a sua prioridade. Ajudar o Metrô, ou construir corredor?

José Serra: As duas coisas. Na verdade o Kassab fez sim um corredor que foi o Expresso Tiradentes, que é considerado o melhor de São Paulo hoje.

Carlos Tramontina: Mas muito pequenininho, menos de 7 km.

José Serra: Não, não. É um pouco mais. Sai do Parque Dom Pedro e vai até a Vila Prudente. É considerado hoje o melhor. E isso continua agora até a Cidade Tiradentes. E a Prefeitura deu dinheiro para isso. Não sei, 40 km ou 35 km de corredor agora com monotrilho na outra parte, que é uma forma de metrô. Mas nós vamos fazer corredores de ônibus, por exemplo, na Radial Leste de São Paulo, junto com o monotrilho. O monotrilho que vai do Jabaquara até o Morumbi, que vai depois até o Jardim Ângela, o monotrilho que vai até a Cidade Tiradentes e em outros lugares da cidade. Os passageiros de metrô, Tramontina, nos últimos anos, duplicaram. Tinha 3,5 milhões e agora tem 7, graças à ampliação que nós fizemos. Mas ainda é pouco, tem que fazer muito mais.

Carlos Tramontina: Queria fazer uma pergunta para o senhor sobre creches, porque o número de vagas nas creches subiu bastante nos últimos anos. Mas ainda existem 145 mil crianças na fila esperando por uma vaga em creches. A sensação que o cidadão tem é de que essa fila não termina nunca.

José Serra: É porque a demanda cresceu na frente da oferta. Você triplicou o número de vagas em creches, e a demanda, a procura, as inscrições aumentaram ainda mais. O que nós vamos fazer. Creches nas estações de metrô. Eu já fiz pesquisas.

Carlos Tramontina: O senhor já sabe quantas estações e quantas vagas?

José Serra: Quarenta e tantas estações têm espaço. Vamos fazer em parceria com o governo do Estado. Com isso, para as mães, vai ser uma mão na roda. Porque elas já, indo para o trabalho, podem deixar a criança, seu filho já na creche junto da estação.

Carlos Tramontina: O senhor tem 20 segundos para o fecho da sua colocação...

José Serra: Bem. Nesta semana São Paulo lembra o deficiente físico, as pessoas com deficiência. Eu fiz bastante nessa área. Mas é preciso fazer muito mais. Criamos a Secretaria do Deficiente, fizemos a Rede Lucy Montoro. Agora tem muito pra fazer, e nós estamos muito dispostos a isso.

Carlos Tramontina: Muito obrigado pela presença nos estúdios do SPTV e boa noite para o senhor

José Serra: Boa noite a você. Muito obrigado Tramontina.

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