LUCIANA COELHO - Folha.com
O discurso, em nove páginas, deu pouco espaço para o improviso e nenhum para a modéstia. "O inglês é minha quarta língua, tendo a cometer erros atrozes", desculpou-se Fernando Henrique Cardoso, o autor homenageado.
O ex-presidente tornou-se anteontem o primeiro latino-americano a receber da Biblioteca do Congresso dos EUA o Prêmio Kluge, honraria acompanhada de US$ 1 milhão. "27% é do governo, espero que façam bom uso", brincara antes ao ser indagado sobre o destino do cheque.
Por 45 minutos, falou sobre a carreira acadêmica, os anos no Senado e na Presidência, a luta pela democracia, o exílio e a produção intelectual que lhe rendeu o prêmio, traçando um paralelo com a democratização.
Na plateia, estavam a secretária-assistente de Estado para Américas, Roberta Jacobson, o brasilianista Albert Fishlow, diplomatas, historiadores e cientistas políticos, além de três dos filhos do ex-presidente e de tucanos.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) saiu no meio do discurso ("preciso tomar o avião para votar a cassação do Demóstenes"), antes de ser citado pelo homenageado.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) o acompanhou.
Coube ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, ficar para o jantar de carne e peixe assados com purê de batatas.
Bissexto, o Prêmio Kluge define-se como um "reconhecimento pelos estudos das humanidades não contempladas pelo Nobel" e é entregue pela fundação homônima ligada à Biblioteca.
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