Bruno Boghossian, do estadão.com.br, e Julia Duailibi, de O Estado de S. Paulo
Serra deu os últimos passos para selar a indicação após conversar com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e com o prefeito Gilberto Kassab (PSD). Alckmin e Kassab disputam o poder de indicar o companheiro de chapa de Serra, mas o prefeito se viu fortalecido na queda de braço depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu conceder uma fatia maior de tempo ao PSD na propaganda eleitoral na TV.
Em reuniões que teve com aliados na sexta-feira, Serra disse que já estava convencido de que o vice não deveria ser um nome do PSDB, segundo o Estado apurou. No encontro do fim da noite, no entanto, Alckmin resistiu a aceitar a indicação de um nome ligado a Kassab – possível adversário a sua reeleição para o governo paulista em 2014.
Serra ainda faria as últimas ponderações sobre o nome de Schneider durante a madrugada, pois ainda não estaria certo sobre a escolha do ex-secretário para o cargo. Aliados esperam que o vice seja confirmado até a tarde de sábado. Outras opções da cota de Kassab são a atual vice-prefeita, Alda Marco Antônio, e o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem – ambos do PSD.
Ligado aos serristas, Schneider conta com também o apoio também da equipe de marketing do candidato. É considerado um rosto novo numa eleição que terá candidatos que nunca disputaram uma campanha, como Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB). Além disso, Schneider tem no currículo a educação como principal especialidade – o que, em tese, pode ajudar nos embates com Haddad e Chalita, que foram ministro e secretário estadual de Educação, respectivamente.
Serra já tendia a acatar uma indicação de Kassab, mas passou a sofrer pressões do PSDB para que o candidato a vice fosse do próprio partido. A decisão do STF que ampliou a participação do PSD no rateio do tempo de TV na propaganda eleitoral empurrou Serra na direção do nome indicado por Kassab. Antes da decisão judicial, o PSD teria direito a uma pequena fatia da propaganda eleitoral e do Fundo Partidário, por não ter participado da última eleição – o partido foi criado em 2011. Agora, a sigla ganhou força e deixa Serra com o maior tempo no horário eleitoral gratuito – 7min42s contra 7min30s de Haddad.
O governador Geraldo Alckmin, que preferia uma alternativa de dentro do PSDB ou mesmo no DEM, disse a interlocutores que, com a decisão do Supremo Tribunal Federal, a indicação seria mesmo do prefeito. O grupo de Alckmin tentou articular uma chapa puro-sangue para evitar a indicação de Schneider. Ele não é bem visto pelos alckmistas, por ter apoiado a eleição de Kassab em 2008, contra o próprio Alckmin. Em 2011, Schneider deixou o PSDB e migrou para o partido criado pelo prefeito.
Alexandre Alves Schneider é mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas. Ele dirigiu a Secretaria Municipal de Educação entre 2006 e 2012.
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