Justiça bloqueia bens de mulher do deputado Carlos Zarattini, ex-secretária do governo Marta


Folha.com
 

A Justiça determinou o bloqueio de bens de Maria Aparecida Perez, secretária de Educação de São Paulo na gestão Marta Suplicy (2001-2004), de nove ex-assessores da prefeitura e de duas empresas. A decisão liminar (provisória) foi concedida na terça-feira (11) pela 10ª Vara de Fazenda Pública e divulgada hoje. Cabe recurso.

Lei também: Quem é Carlos Zarattini, pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PT
Como os Deputados PTistas utilizam o Twitter

A medida ocorreu após ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público. A Promotoria acusa o grupo de superfaturamento nas obras de substituição de escolas metálicas, que ficaram conhecidas como "escolas de lata", por prédios de alvenaria.

Além de Perez, tiveram seus bens bloqueados ex-assessores de três secretarias (Coordenação das Subprefeituras, Esporte e Educação) e as empreiteiras Simioni & Viesti e Araguaia Engenharia.

Na ação, o promotor Silvio Marques pede que os acusados e as empreiteiras devolvam aos cofres públicos R$ 4,1 milhões pelas fraudes envolvendo a Simioni & Viesti e R$ 2,7 milhões pelas fraudes com a Araguaia.

De acordo com a ação, a investigação da Promotoria apurou que a prefeitura utilizou atas de registro de preço com escopos distintos daqueles das obras realizadas para substituição das "escolas de lata". Também foi constatada a ausência de projetos básicos ou executivos e de um orçamento discriminando, no processo licitatório, os preços globais e unitários.

Ainda segundo a ação, "na execução dos contratos firmados ilegalmente, ocorreu superfaturamento de preços que causou prejuízo de, pelo menos, R$ 6.825.618". Pareceres apontam que, em alguns casos, a prefeitura pagou valores até 136% maiores.

O promotor pede a condenação da ex-secretária Perez porque ela autorizou a contratação das empresas valendo-se das atas, o que ofenderia "o princípio da prévia licitação e frustrando a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública".

Para o promotor, os assessores também devem ser condenados porque integravam um grupo de trabalho que recomendou o uso das atas como sendo as únicas que continham os itens técnicos necessários para as construções.

A reportagem não conseguiu localizar Perez e as empresas na noite desta quarta-feira. Sua versão será incluída neste texto assim que houver manifestação.

Comentários