Tucano quer mostrar na campanha feitos do PSDB e dele próprio na cidade. Na comparação, ele leva vantagem sobre candidato do PT, Fernando Haddad
Carolina Freitas - Veja.com
José Serra: retrospecto dos serviços prestados (Apu Gomes/Folhapress )
"A principal credencial de um candidato é o seu histórico", José Serra, pré-candidato do PSDB
As palavras de ordem na campanha do pré-candidato do PSDB à prefeitura da capital paulista, José Serra, são: prestar contas. Uma das tarefas primordiais dos tucanos tem sido reunir e sistematizar tudo o que foi feito em São Paulo pelos governos do partido e, particularmente, por Serra. O material servirá de base para o treinamento dos militantes e para a área de comunicação da campanha. A equipe que elabora o programa de governo é coordenada pelo ex-deputado federal Arnaldo Madeira.
Serra deixou claro esse mote na noite desta segunda-feira, ao falar para cerca de cem militantes em reunião no centro de São Paulo. “Uma coisa é certa: nós temos que ter sempre presente algo chamado prestação de contas, falar sobre o que fizemos”, afirmou. “Precisamos aprender a faturar no campo político aquilo que fazemos no campo administrativo. A principal credencial de um candidato é seu histórico.” Ele citou como exemplo de ações a serem lembradas para a população a expansão das escolas técnicas estaduais, o investimento em saneamento e a criação de ambulatórios médicos de especialidades.
Ao trazer o debate para a folha de serviços dele e do PSDB na cidade, Serra joga em casa. O partido governa o estado há dezoito anos – quatro deles com Serra no comando – e participa da atual administração municipal, do aliado Gilberto Kassab (PSD), que herdou o cargo de prefeito de Serra em 2006 e reelegeu-se em 2008. Já o principal rival do tucano, o petista Fernando Haddad, teve uma breve passagem como chefe de gabinete da secretaria de Finanças na prefeitura de Marta Suplicy, além de ter ocupado o cargo de ministro da Educação – com uma atuação nada brilhante e pouco localizada na cidade.
Se a comparação conquistar o eleitor, ponto para Serra. No entanto, é importante lembrar que na campanha presidencial de 2010 o tucano adotou a estratégia de comparar currículos com Dilma Rousseff e saiu derrotado. Há de se ponderar que, na esfera federal, a bola estava com o PT e, na municipal, está com o PSDB e seus aliados. Outro ponto é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu como um poderoso cabo eleitoral para Dilma em 2010, mas, por mais que se empenhasse, não conseguiu fazer vitoriosa a campanha de Marta Suplicy em 2008. Como o futebol, a política pode ser uma caixinha de surpresas.
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