Senador Aloysio Nunes diz que Brasil Carinhoso repete promessas de campanha


Aloysio: É muita fumaça e pouco fogo

Em pronunciamento, na noite desta quarta-feira (16), o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) reconheceu a importância dos objetivos do programa Brasil Carinhoso, lançado pela presidente Dilma Rousseff no último dia 15, mas observou que a iniciativa é embalada por muita propaganda e publicidade, além de apresentar objetivos já previstos em outros programas lançadas pelo governo federal.

Segundo Aloysio, a equipe do marqueteiro oficial João Santana é pródiga em sugerir nomes de programas que sucedem iniciativas anteriores de programas já anunciados mas não concluídos. Os programas são lançados sem que se possa fazer avaliação do êxito do programa anterior, que é sucedido por outra iniciativa recém-lançada.

O senador disse que os três eixos de atuação do Brasil Carinhoso já fazem parte das promessas de campanha de Dilma Rousseff de construir 6.427 creches até 2014. Até agora só foram construídas 411, de acordo com dados do Ministério da Educação citados pelo senador.

No campo da saúde, a situação é mais chocante, disse Aloysio, lembrando que durante a campanha eleitoral foi prometido o atendimento a gestante no pré-natal e a crianças nos dois primeiros anos de vida. Dos R$ 196 milhões destinados pelo Orçamento de 2012 ao programa Rede Cegonha, foram gastos até agora apenas R$ 8 mil, ou 0,004%. Das prometidas 500 unidades de pronto-atendimento (UPAs), foram construídas apenas 31, disse o senador.

“É muita fumaça e pouco fogo, é muita propaganda e pouca realização”, afirmou.

A saúde pública já teria entrado em colapso, se não fossem algumas iniciativas isoladas da sociedade e das prefeituras, obrigadas a gastar 15% de seus orçamentos no setor, disse o senador.

Em relação ao saneamento, afirmou, pouca coisa foi feita, embora seja conhecida a ligação entre investimentos em saneamento e saúde, especialmente a das crianças, as mesmas que o governo quer agora contemplar com o programa Brasil Carinhoso.

O senador disse ainda que um novo ciclo de promessas teve início com Dilma Rousseff, que em rede nacional durante a campanha presidencial prometeu triplicar os investimentos em saneamento e anunciou a meta de zerar o déficit do setor. Em 2011, dos recursos previstos para implantação de esgotos em municípios de até 50 mil habitantes, apenas 16% foram efetivamente gastos.

Aloysio ressaltou que apenas a metade dos municípios brasileiros tem esgoto. Os dejetos são jogados a céu aberto, e os aterros sanitários estão apenas em 13% dos municípios, com grave comprometimento do lençol freático. No meio rural, 14 milhões de pessoas não tem acesso à água próxima de suas moradias, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citados pelo senador.

O parlamentar disse ainda que 83% dos brasileiros que vivem nas cidades não dispõem de esgotamento sanitário adequado. Destes, 36 milhões vivem nas regiões metropolitanas. Para amenizar esses problemas, disse o senador, bastaria que Dilma Rousseff cumprisse as promessas já feitas.

“Seria uma atitude muito mais carinhosa em vez de lançar um novo programa. E o governo faz de tudo para que as promessas não sejam cumpridas”, afirmou.

Da liderança do PSDB no Senado

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