DANIELA LIMA - Folha.com
Cacique da sigla, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) estará com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) amanhã para tratar do apoio a Serra.
Se confirmada, a aliança do PSDB com o PR será um golpe na campanha do petista Fernando Haddad, considerado o principal adversário de Serra na eleição.
O PR esteve com o PT em 2010, mas as relações entre as duas siglas azedaram no ano passado, quando o presidente nacional do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), foi obrigado a deixar a o Ministério dos Transportes após denúncias de corrupção.
A insatisfação do ex-ministro e de integrantes da direção nacional do partido com a presidente Dilma Rousseff serviu de combustível para as conversas com o PSDB, que foram estimuladas por Nascimento como forma de fustigar o PT no governo federal.
O PT precisa do PR em São Paulo para ampliar o tempo de propaganda eleitoral que seu candidato terá na eleição. Neófito em disputas eleitorais, Haddad conta com a TV para deslanchar. Segundo pesquisa divulgada pelo Ibope no último dia 9, ele tem 3% das intenções de voto.
A aproximação do PR com o PSDB teve início em março. De lá para cá, as negociações se intensificaram, comandadas pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), um dos principais interlocutores de Serra, e pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD), que acenou com cargos para o PR.
O encontro de Valdemar Costa Neto com Alckmin é um segundo passo nas negociações. A reunião com o governador foi solicitada em nome de Costa Neto, que é réu no processo do mensalão, pelo deputado estadual André do Prado (PR-SP), único representante do PR na Assembleia Legislativa do Estado.
MALUF
Com a confirmação do encontro com Alckmin, Valdemar Costa Neto desembarcou em São Paulo na sexta-feira e conversou com líderes de seu partido na capital paulista. A eles, afirmou que a direção nacional está inclinada a fechar o apoio a Serra, embora a sigla também seja cobiçada pelo PMDB, que lançará Gabriel Chalita.
Serra já conta com o apoio do PSD, partido de Kassab, do DEM e do PV. Há, ainda, expectativa sobre a oficialização de uma aliança com o PP do ex-prefeito Paulo Maluf nos próximos dias.
Maluf foi atraído pelo governador, que no ano passado entregou a chefia da CDHU, a companhia de habitação de São Paulo, a um nome indicado pelo ex-prefeito.
Embora tenha demonstrado insatisfação com seu quinhão no governo estadual, Maluf animou-se com a aliança depois que emissários de Serra lhe garantiram que o PP teria espaço na Prefeitura de São Paulo se o tucano vencer a eleição deste ano.
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