Cúpula do Democratas também condiciona união em SP a acerto político em Salvador
Julia Duailibi - O Estado de S. Paulo
Em café da manhã nesta quinta-feira, 29, na casa do presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), a cúpula do partido resolveu que, sem a indicação do candidato a vice-prefeito e sem o apoio do PSDB à candidatura de ACM Neto à Prefeitura de Salvador, o partido não se aliará a Serra.
O DEM trabalha com o nome do secretário estadual Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Social) para vice. Garcia, ACM Neto, o presidente do diretório paulistano, Alexandre de Moraes, e o deputado Ronaldo Caiado (GO) estiveram na reunião. Caiado chegou a dizer que o DEM não precisaria apoiar Serra. O PMDB, do pré-candidato Gabriel Chalita, é tido como uma alternativa.
Agripino já havia se encontrado na segunda-feira com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em São Paulo. Pediu que os tucanos cedessem nas negociações em favor do DEM e que fossem solidários diante da fragilidade da sigla desde a perda de quadros para o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, em 2011.
Salvador é prioridade, já que é a capital com chances de vitória. No dia 13, haverá reunião do diretório baiano do PSDB em que deve ser chancelado o apoio ao DEM. Por enquanto, o pré-candidato do PSDB, Antonio Imbassahy, resiste em ceder para Neto.
Dono do quinto tempo de TV na propaganda gratuita, o DEM alega que a indicação do vice foi acordada com o governador Geraldo Alckmin no ano passado.
Ocorre que as conversas começaram antes da definição da candidatura de Serra. O tucano não descarta a possibilidade de indicar um vice ligado a Kassab, desafeto do DEM. Nesta semana, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) conversou com o DEM e falou que o posto de vice deveria ficar livre para as negociações com os demais aliados.
Serristas estão em campanha pelo secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider (PSD), ex-PSDB. Eles veem o DEM como aliado de Aécio Neves, presidenciável do PSDB. Já os democratas vetam Schneider, apesar de os tucanos dizerem que a negociação sobre a aliança não passa apenas pela vice, mas também pela participação no governo. Embora Serra diga que não renunciará, como fez em 2006, o cargo de vice é pleiteado porque, nos bastidores, os aliados não descartam a possibilidade.
O timing de PSDB e DEM divergem. Tucanos pretendem esperar posição da Justiça sobre pedido do PSD para ampliar o tempo na propaganda eleitoral. Se ganhar, cresce o cacife de Schneider. O DEM quer uma solução rápida pois negocia com o PMDB. No PSD, a avaliação é que seria mais fácil os tucanos escolherem uma chapa puro-sangue do que aceitar vice do DEM. /COLABOROU PAULO SALDAÑA
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