Pré-candidatos do PSDB reclamam de artigo de ex-dirigente da sigla



Daniela Lima e Vera Magalhães - Folha.com
10/02/2012

Artigo assinado pelo ex-presidente municipal do PSDB José Henrique Reis Lobo, ontem, na Folha, dividiu o tucanato paulistano e causou mal-estar entre os quatro pré-candidatos do partido à Prefeitura de São Paulo.

No texto, Lobo desqualifica todos os postulantes à candidatura pelo PSDB e as prévias da sigla na capital, em 4 de março. Ele ainda deixa implícita uma recomendação para que o partido faça um apelo pela candidatura do ex-governador José Serra, único nome que considera viável.

"As anunciadas prévias do PSDB estão metendo o partido numa encalacrada sem tamanho", escreveu Lobo.
Gabo Morales/Folhapress
O presidente municipal da PSDB, Júlio Semeghini (segundo da esq. para a dir.), ao lado dos pré-candidatos José Aníbal (esq.), Bruno Covas, Andrea Matarazzo e Ricado Tripoli
O presidente municipal da PSDB, Júlio Semeghini (segundo da esquerda para a direita), ao lado dos pré-candidatos José Aníbal (primeiro à esq.), Bruno Covas (centro), Andrea Matarazzo e Ricado Tripoli (à dir.)


Em entrevista à Folha após a publicação do artigo, Lobo reafirmou sua descrença nas prévias e foi taxativo: "Para mim, o melhor candidato é José Serra. Se ele quer ou não ser candidato é outra coisa. Mas o partido deveria se unir e pensar sobre essa questão".

Os pré-candidatos e a direção municipal do PSDB criticaram o texto. "Não peço licença para escrever ou pensar. Não avisei ao Serra sobre o texto nem ele me ligou para comentar", rebateu Lobo.

O secretário estadual Andrea Matarazzo (Cultura), um dos postulantes à candidatura tucana, disse que o texto contraria o sentimento da militância e fragiliza os pré-candidatos. Já o deputado Ricardo Trípoli disse que, com essa atitude, "Lobo presta um desserviço ao partido".

Serra resiste a se candidatar à prefeitura e, em suas últimas declarações públicas, disse estar preocupado com problemas nacionais, sinalizando que trabalha com a possibilidade de ser candidato ao Planalto de novo.

Houve nas últimas duas semanas uma movimentação intensa de aliados do governador Geraldo Alckmin para convencer o tucano a entrar na sucessão municipal.

Comentários