Parques e museus nas metrópoles - Artigo de Andrea Matarazzo


Os parques têm papel fundamental para assegurar a qualidade da vida urbana. Cumprem uma série de funções ambientais e, além disso, é maravilhoso que sejam espaços tão democráticos, prazer garantido para frequentadores de todas as classes e origens.

O Parque do Ibirapuera é um dos espaços mais lindos e queridos da cidade de São Paulo e é, também, localizado no mais denso polo cultural da cidade. Lá estão o Museu de Arte Moderna, o Museu Afro Brasil, a Oca, a Fundação Bienal, o Auditório Ibirapuera, o Pavilhão das Culturas Brasileiras.

No último sábado, festejamos a transferência do Museu de Arte Contemporânea, o MAC, de suas acanhadas instalações na USP para o magnífico prédio projetado por Oscar Niemayer, junto ao Ibirapuera. O MAC, que tinha capacidade para expor apenas 0,5% do acervo, passará a ter um espaço que condiz com a riqueza de sua coleção. A população poderá desfrutar de mais uma opção nos arredores: o melhor museu de arte moderna e contemporânea da América Latina.

São Paulo tem mais dois importantes polos culturais e todos têm conexões profundas com parques de grande significado na vida da cidade, os parques da Luz e Dom Pedro II. Ambos são belos exemplos dos resultados alcançados com investimentos massivos em bens culturais. Levando vida, jovens e criatividade para estes locais, induzimos a revitalização urbana.

No Parque da Luz, o mais antigo da cidade, o governo do Estado vem investindo em cultura, buscando reverter um quadro de decadência urbana: ali instalou a Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, a Sala São Paulo, a Estação Pinacoteca, o Museu de Arte Sacra e logo teremos o Complexo Cultural da Luz, com três grandes teatros, biblioteca, escola de música e a São Paulo Companhia de Dança.

O terceiro polo é recente e está em formação. Trata-se da região conhecida como Parque Dom Pedro II, no centro. Já está lá o Catavento, misto de museu da ciência e da criança. Este ano, na antiga Casa das Retortas, será inaugurado o Museu da História de São Paulo. A grande novidade é o restauro do antigo Quartel da Tabatinguera, datado de 1800, para que lá se instale uma das 11 Fábricas de Cultura que estão sendo construídas pelo Estado, além do Museu Histórico da Polícia Militar.

Estes polos não se formam por acaso, partem dos investimentos do poder público para o desenvolvimento de eixos que oferecem a possibilidade de visitação de vários equipamentos culturais. O que determina essa formação é a vocação natural dos locais, onde há edifícios de valor histórico cuja estrutura permite a adequação necessária. Em São Paulo, essa iniciativa vem contribuindo para revitalizar regiões em estado de degradação ou já degradadas.

Em realidade, as metrópoles que promovem o bem-estar por meio de polos culturais estão à altura da experiência contemporânea de cidadania. Tenho convicção de que lugares para passear, usufruir de ambientes de reflexão e de isolamento, fazer esporte ou visitar um museu, fazem da oportunidade de lazer um estilo de vida nas grandes cidades.

Andrea Matarazzo
Secretário de Estado da Cultura de São Paulo

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