Ao entregar a premiação a FHC, o governador de SC, Raimundo Colombo (PSD), chamou-o de 'revolucionário'
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso declarou na manhã desta quinta-feira que não espera ser lembrado daqui a 100 anos como o criador do Plano Real no Brasil, mas sim como um "democrata". Ele recebeu, em Florianópolis, a medalha do Mérito Anita Garibaldi, maior honraria do Estado de Santa Catarina.
A cerimônia ocorreu na sede do governo estadual e foi acompanhada por várias lideranças políticas, como o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Em rápido pronunciamento, FHC destacou a criação do Plano Real, mas ressaltou que sua maior contribuição para o Brasil teria sido a atuação democrática. "Se foi possível fazer algo pelo Brasil, não foi por minha exclusiva atuação. O momento permitiu tudo aquilo", disse. "Há momentos da história em que existe uma densidade de tal natureza que as ações amplificam seus efeitos."
Bem humorado e emocionado ao receber a medalha da heroína catarinense, FHC evitou comentar o governo Dilma Rousseff e a crise econômica que atinge vários países. Ele falou que a idade e o afastamento de funções públicas vêm fazendo com que ele reveja alguns conceitos.
"Quando a gente chega a determinada idade começa a enxergar as pessoas pelo que elas realmente fizeram e fazem pelo País, e não por seu partido ou opção política", disse. "Daqui a 100 anos, dificilmente irão lembrar de mim, mas se o fizessem, gostaria que reconhecessem que FHC foi um democrata."
O governador catarinense, Raimundo Colombo (PSD), chegou a qualificar FHC como um "revolucionário". Para ele, a atuação do ex-presidente tucano teria mudado o País por ter criado estabilidade financeira. "Quem não tinha casa, hoje tem. Quem não tinha carro, hoje tem. Quem não enxergava possibilidade de empregos, hoje pode encontrar", disse. "Essa é a maior contribuição dele e do Plano Real à nossa sociedade."
Fonte: Fabrício Escandiuzzi - Terra
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