Entrevista do pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo Ricardo Trípoli


'Não tem como o PSDB não ser cabeça de chapa'

Primeiro a declarar-se pré-candidato pelo PSDB, o deputado Ricardo Tripoli é o mais enfático ao rejeitar uma aliança com o PSD de Gilberto Kassab que inclua uma negociação pela cabeça de chapa. "Não vejo nenhum problema em coligação, mas não há como o PSDB não ser cabeça de chapa", justifica.

Quando deveriam ser feitas as prévias tucanas?
Preferiria que fossem em dezembro. São quatro candidatos que não têm recall, porque não disputaram eleições majoritárias. É melhor uma prévia com prazo de 30 dias e, posteriormente, mais tempo para fazer uma campanha ampla.

O PSDB vai ser obrigado a se render à aliança com o PSD?
Acho que não. O PSDB é um partido consolidado há muitos anos. As alianças se dão não em função de nomes, mas de um programa. O partido pode trabalhar um programa, discutir alianças. Não pode vincular a escolha do candidato à aliança com esse ou aquele partido.

Mas a cabeça de chapa não é parte de qualquer negociação?
O PSDB elegeu duas vezes o presidente da República, cinco vezes o governador de São Paulo e uma vez o prefeito. Não pode ser vice de um partido que nasceu há pouco tempo. Não vejo problema em coligação, mas não tem como o PSDB não ser cabeça de chapa.

Mas a eleição de 2012 não pode ter impacto na candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin, em 2014, como sugeriu Kassab em entrevista ao Estado?
Ajuda, mas não é fator determinante para escolher candidaturas agora, imaginando que isso teria impacto numa eleição (futura). A eleição de prefeito diz respeito à cidade. Depois, são outras articulações.

A eleição de 2012 deverá ter PT, PSDB, PMDB e PSD. Um 2º turno se resumirá a um petista e um defensor de Kassab?
A tendência é uma disputa entre o PSDB e o PT.

Mas não foi assim em 2008.
Em 2008 houve uma questão interna no PSDB que complicou a situação. Mas ele governa os oito maiores Estados e o PT controla o governo federal. É difícil não haver polarização entre os dois.

Mas Kassab já sinalizou que, se não se aliar ao PSDB no 1.o turno, não haverá acordo no 2.o...
As alianças vão se dar a partir do momento em que houver convenções. No segundo turno, é outra eleição.

Na sua opinião, quais serão os principais temas da campanha à Prefeitura?
Tem me chamado a atenção a questão do trânsito. Tenho olhado muito a cidade sob o aspecto da qualidade de vida. São Paulo é uma cidade acabada que precisa qualidade de vida.

Como avalia a gestão Kassab?
Acho que temos muitas secretarias e pouca infraestrutura nas subprefeituras. A subprefeitura tem que ser o centro de discussão dos problemas locais. As pessoas não aguentam mais ir às subprefeituras e serem remetidas para as secretarias.

No caso de uma aliança com o PSD, o sr. estaria disposto, se ganhar as prévias e for o candidato tucano, a defender a gestão atual durante a campanha?
Prefiro fazer uma campanha voltada para o futuro e acho que é preciso levar em consideração todas as gestões anteriores. Elas devem ter coisas boas que se possa aproveitar.

Fonte: O Estado de S.Paulo / L.A.M



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