Os dados, informa a repórter Adriana Vasconcelos, revelaram-se devastadores. O tucanato ficou sabendo que algumas de suas bandeiras foram apropriadas pelo PT.
Os brasileiros ainda associam o Plano Real ao PSDB. Porém, a grossa maioria (60%) atribui ao PT a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Uma lei editada na gestão de Fernando Henrique Cardoso e aprovada no Congresso sob forte oposição do PT, que votou contra.
Na área social, mostrou a sondagem, a maioria dos pesquisados atribui a existência dos benefícios que chegam às famílias aos governos petistas.
Evidência de que não funcionou o esforço do tucanato para demonstrar que o Bolsa Família resulta da fusão de criações da Era FHC, como a Bolsa Escola e o Vale-Gás.
Sob as estatíticas coletadas por Lavareda, esconde-se o resultado da covardia tucana.
Nas últimas três sucessões presidenciais (2002, 2006 e 2010), o PSDB escondeu FHC no armário. Negligenciou a defesa de suas próprias administrações. Chegou a fatura.
Presidente do PSDB federal, o deputado Sérgio Guerra (PE) lamuriou-se:
“Durante dez anos não defendemos o que fizemos. Esquecemos o nosso partido e permitimos que o PT se apropriasse do que fizemos.”
A pesquisa também mostrou que a nódoa da corrupção colou nos dois partidos, com ligeira vantagem para o PT.
A maioria dos brasileiros acha que o índice de corrupção das gestões petistas é semelhante à taxa de malfeitos das administrações tucanas.
Para 70% dos pesquisados, o governo petista não é senão a continuidade do ciclo tucano. Quer dizer: aos olhos da população o sujo confunde-se com o mal lavado.
De acordo com a pesquisa, a pseudofaxina ética não rendeu nítidos dividendos políticos a Dilma Rousseff. Mas serviu para embaralhar as mentes.
Na opinião de 40% dos consultados, Dilma é seletiva na apuração das malfeitorias que vicejam à sua volta. Mas idênticos 40% acham que ela deseja enfrentar a corrupção.
Para tentar livrar-se do veneno servido pela pesquisa, o PSDB programou um antídoto fraco. Vai realizar um seminário.
Para quê? Deseja-se discutir o legado tucano e pôr em pé um “projeto de país”.
Ouça-se o senador Aécio Neves, hoje a principal alternativa presidencial do tucanato:
“Está na hora de o PSDB apresentar uma nova agenda, focando em educação básica, saúde e qualificação profissional.”
Curioso. Estava entendido que o partido redefiniria seu projeto na sucessão do ano passado. Ou antes.
Fonte: Josias de Souza - Folha.com
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