Justiça monitora mudança de ex-secretário de Palocci para Itália


O Ministério Público Federal vai monitorar a mudança do advogado Rogério Buratti para a Itália para saber se alguma pendência o impedia de deixar o país.

Como a Folha publicou no último dia 28, o ex-secretário de governo da primeira gestão de Antonio Palocci Filho na Prefeitura de Ribeirão Preto (1993-1996) e membro da "República de Ribeirão" em Brasília deixou o país e foi para a Europa.

Na ocasião, parentes do advogado, que vivem em Belo Horizonte, e da mulher dele, Carla Lara Lemos, confirmaram a mudança.

No edifício onde ficava o escritório de Buratti na capital mineira, a informação era a de que a sala já estava desocupada. Não havia informações, porém, sobre o seu destino. No site de relacionamentos Facebook, Buratti informa que vive em Milão.

Desde janeiro, o advogado e outros sete são réus responde na Justiça por supostas irregularidades na renovação de contrato, em 2003, entre a Caixa Econômica Federal e a GTech para a gestão do sistema de loterias. A denúncia do Ministério Público Federal envolve Buratti em um esquema de cobrança de propina para que a GTech conseguisse renovar o contrato com a Caixa.

O Ministério Público Federal diz que vai "acompanhar" a situação de Buratti para saber se houve alguma irregularidade na saída do país --o que, diz o órgão, não é possível afirmar nesse momento.

A Procuradoria informou que vai aguardar o processo voltar do Judiciário para apurar se havia impedimento. No sistema de acompanhamento processual da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, onde corre o processo, a última movimentação do caso é de janeiro, logo após a denúncia ser acolhida.

MÁFIA DO LIXO

Além desse caso, Buratti também foi um dos pivôs no escândalo da "máfia do lixo" de Ribeirão. Em 2005, ele acusou Palocci de ter recebido de uma empreiteira uma propina mensal de R$ 50 mil.

O dinheiro, segundo a acusação, serviu para financiar o Diretório Nacional do PT.

Em 2007, Buratti recuou e registrou em cartório a decisão, retirando todas as afirmações de antes. Em junho de 2009, o STF arquivou a denúncia contra Palocci por suposto recebimento de propina. Já em janeiro de 2010, a 4ª Vara Criminal de Ribeirão livrou outros nove acusados de envolvimento no caso.

Fonte: Folha.com

Comentários