Secretário-executivo do Ministério da Agricultura pede demissão


Milton Ortolan, auxiliar direto do ministro Wagner Rossi, é acusado de defender interesses de lobistas e empresas nas licitações do ministério


O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, pediu demissão neste sábado. "Informo que apresentei ao ministro, nesta data, meu pedido de demissão, em caráter irrevogável, do cargo de secretário-executivo do Ministério da Agricultura", escreveu Ortolan, em nota divulgada pela página do Ministério da Agricultura na internet. 

Ortolan era auxiliar direto do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e enfrenta acusações de fazer lobby e defender interesses de empresas dentro do ministério. O ex-secretário-executivo nega ter cometido irregularidades, e defende a realização de investigações em "todos os níveis considerados necessários". 

"Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular. Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas", disse. 

Segundo a denúncia, Ortolan tinha relações com Júlio Fróes, suposto lobista. Fróes teria um "escritório clandestino" dentro do próprio ministério, que teria usado como base para o Ministério contratar sem licitação por R$ 9,1 milhões a Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 

Antes da demissão de Ortolan, o Ministério da Agricultura havia divulgado nota do ministro Wagner Rossi, na qual ele negava ter participado de reuniões com o suposto lobista. 

"Repudio as informações que tratam de Júlio Fróes, apresentado como meu amigo, segundo palavras atribuídas a ele. Nunca participei de reunião com este senhor. Não desfruta de minha amizade e nem de minha confiança. Reafirmo: não é meu amigo", diz a nota. 

O ministro garante que a pasta está de acordo com "boas práticas administrativas e de controle interno", e nega ainda que tenha cometido qualquer ilegalidade. "Não fui, não sou e não serei conivente com qualquer tipo de desvio". As denúncias de irregularidades na pasta foram publicadas na edição desta semana da revista "Veja".

Fonte: Revista Época e Agência Estado

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