FHC: será melhor para todos que Lula não volte em 2014



Em entrevista à Alfa, ex-presidente defende ainda o debate sobre liberação da maconha na sociedade: “Se for para o Congresso, virá restrição”

Rui Mendes/Divulgação
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso: mais um bom conselho
Depois de alertar a classe política brasileira para a importância de olhar para o eleitor de classe média, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso volta à carga com outro sábio conselho: que Luiz Inácio Lula da Silva não dispute as eleições presidenciais de 2014. “Cá entre nós, eu acho que seria melhor para o Lula e para todos nós que ele não voltasse.”

Em entrevista à Revista Alfa, da Editora Abril, Fernando Henrique garantiu estar fora da corrida pelo Planalto. “Não acho que seja sensato uma pessoa de 80 anos querer ser presidente. É uma vida muito pesada. Não dá.” A edição de agosto de Alfa estará nas bancas a partir desta sexta-feira.

Fernando Henrique disse considerar as trocas de farpas entre ele e Lula algo natural, sem grande importância. “Lula provoca, eu reajo. Mas é quase um jogo”, disse. “Eu não vou voltar a disputar eleições, mas acho que ele, nesta altura, pensa em voltar. Não sei se daqui a dois ou três anos ele vai ter o mesmo pensamento. Vai depender da Dilma.”

Maconha e cachaça – Porta-voz da defesa da regulação da maconha, o ex-presidente comparou a droga à cachaça. “No jantar, eu tomo, de vez em quando, um vinho. Qual é o dano? Nenhum. Com a cachaça é a mesma coisa, se você usar com moderação. Provavelmente com a maconha é igual. Pode fazer dano, mas depende do uso.”

Fernando Henrique disse nunca tem usado maconha e só ter passado a beber vinho e cachaça depois de casado. “A maconha mostrou-me os efeitos da infâmia na política.”

Ele deixou claro, no entanto, que não é hora de levar a liberação da droga para a pauta do Congresso. É preciso antes fomentar a discussão do assunto na sociedade. “Se for para o Congresso agora, virá restrição. É assim com o aborto, a religião e o casamento homossexual”, disse. “Na última eleição, surgiu o tema do aborto, entrou a Igreja Pentecostal no meio, aí a coisa complicou. Os candidatos estão de olho nos votos.”

Paternidade – O presidente falou pela primeira vez sobre os exames de DNA que mostraram que Tomás Dutra Schmidt, de 19 anos, não é seu filho. Em 2009, o ex-presidente assumiu a paternidade do menino, que seria fruto de um relacionamento extraconjugal. Em junho a coluna Radar noticiou o resultado dos exames. “Vou preservá-lo totalmente, no afeto e nos recursos. Eu gosto muito dele. Isso é que é importante”, disse Fernando Henrique.

Fonte: Carolina Freitas - Veja.com

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