Carros em alta velocidade nas mãos de jovens alcoolizados são uma combinação fatal que tem ceifado vidas e gerado um profundo sentimento de impunidade nos cidadãos desta cidade. A triste escalada da violência no trânsito de São Paulo tem chocado pelo número de vítimas e pela falta de medidas que possam coibir acidentes brutais. Todos nos lembramos do acidente que matou a advogada Carolina Menezes Cintra Santos, de 28 anos, na Rua Tabapuã, dia 9 de julho. Duas semanas depois, um Land Rover atingiu o administrador de empresas Vitor Gurman, de 24 anos, que também morreu. Essas e muitas outras mortes estão associadas ao consumo de álcool pelos motoristas.
Quem anda à noite pela cidade vê dezenas de carros estacionados nos postos de gasolina. E boa parte não está lá abastecendo seu automóvel. Muitos jovens compram bebidas alcoólicas, bebem e depois pegam o volante. A necessidade de agir para evitar mais tragédias levou à elaboração do Projeto de Lei 371/2011, de minha autoria, proibindo a comercialização de bebidas alcoólicas nas lojas de conveniência e lanchonetes dos postos de gasolina da cidade. Pelo projeto, os estabelecimentos que forem flagrados vendendo bebidas alcoólicas serão punidos rigorosamente. As multas vão de R$ 2 mil a R$ 10 mil, conforme faturamento da loja. Se houver reincidência, o valor dobra e o estabelecimento não poderá funcionar por um mês. Após a segunda reincidência, o local terá seu alvará de funcionamento cassado.
Na capital, morrem mais pessoas em acidentes de trânsito do que assassinadas: em 2010, foram 1.357 mortes. E, entre as vítimas fatais dos mais de 26 mil acidentes, 81% são pedestres e motociclistas. Além de evitar acidentes, a aprovação do projeto reduzirá os altos níveis de ruídos ocasionados pelo aglomerado de pessoas nesses locais, uma poluição sonora que compromete a saúde.
Floriano Pesaro (PSDB-SP) é vereador. Foi secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo.
Fonte: Diário de S.Paulo
Fonte: Diário de S.Paulo
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