Tucanos lamentam, mas criticam saída de Gustavo Fruet


Alguns lamentaram, outros criticaram e teve ainda quem silenciou. Foi assim que os tucanos reagiram à decisão do ex-deputado Gustavo Fruet de deixar o PSDB, confirmada nesta quarta-feira, mas que já estava no horizonte desde o ano passado, quando pediu, mas não obteve a presidência do partido em Curitiba.

Antes de embarcar para uma viagem de dez dias ao México, o governador Beto Richa disse que ficou sabendo do desligamento de Gustavo pela imprensa e que o PSDB sempre abriu espaço e prestigiou o ex-deputado.

“Da minha parte não dei um único motivo para ressentimento”, afirmou o governador. Ele disse que as queixas de Gustavo sobre o silêncio a respeito da candidatura a prefeito não procedem.

“A última vez que eu conversei com ele foi há três meses, quando convidei para almoçar. Neste tempo, vi que ele conversou com vários dos nossos adversários. Mas cada um age conforme os seus interesses e convicções”,comentou.

Beto evitou se posicionar sobre a candidatura à reeleição do prefeito Luciano Ducci (PSB). Disse que a discussão é “extemporânea” e que os partidos não devem se precipitar em decisões sobre candidaturas. “Nenhum partido lançou candidato até agora. É cedo para falar disso”, afirmou.

Erro

O vice-presidente estadual do PSDB, deputado estadual Valdir Rossoni, lamentou a saída de Gustavo, mas fez previsões negativas sobre o futuro do ex-companheiro.

“Acho que ele está seguindo o caminho errado”, disse o dirigente tucano, que viu o “dedo” do PT na definição de Gustavo, que está negociando seu ingresso no PDT.

“Não dá para esconder a realidade. Há uma força muito grande do PT levando o Gustavo”, comentou Rossoni.

Rossoni comparou Gustavo ao presidente estadual do PDT, Osmar Dias, que, no ano passado, recusou um acordo com o PSDB e candidatou-se ao governo contra os tucanos em uma aliança com o PT e aliados da base do governo federal.

“Ele está cometendo o mesmo erro que alguns líderes que seguiram o PT e isso pode levá-lo à derrota”, afirmou o tucano, citando que Osmar perdeu a eleição de 2010.

Líder do governo na Assembleia Legislativa e secretário geral do PSDB, Ademar Traiano atacou a decisão de Gustavo.

“Usamos todos os meios possíveis para manter o Gustavo no partido. Mas ele preferiu ouvir aqueles que, historicamente, sempre estiveram do outro lado. Não é desta forma que se conduz um processo político”, criticou.

Traiano disse ainda que Gustavo não sabe fazer política em grupo e que deixou o PSDB porque não quis se submeter a critérios na escolha do candidato a prefeito.

“Já que ele se sentia tão prestigiado deveria se submeter à discussão política”, afirmou.

Deputado estadual tucano mais votado em Curitiba, Mauro Moraes foi um dos poucos que avaliou os possíveis efeitos negativos do afastamento de Gustavo.

“Ele é extremamente qualificado, conhece a cidade, tem tradição política e tem o perfil que o Curitiba gosta. Vai dar um trabalho grande para o PSDB”, afirmou Moraes.

Fonte: Elizabete Castro - Paraná Online

Comentários