No meio de um dos centros empresariais da cidade, entre as movimentadas avenidas Cidade Jardim, Nações Unidas e Juscelino Kubitschek, fica o Parque do Povo, um oásis verde de mais de 110 mil m². Tenho orgulho de ter participado das ações que devolveram, em 2008, este espaço público aos paulistanos. Durante mais de 20 anos, a área foi ocupada irregularmente, para uso privado. Quando a Caixa Econômica Federal oficializou a doação ao município, começou uma batalha para retirar estabelecimentos que ali estavam sem autorização. Conversamos com as associações esportivas e encerramos as atividades de 27 bares, duas casas de forró e um circo, que há tempos havia deixado suas atividades artísticas e se transformado apenas em local para festas. Acabamos também com um reduto de distribuição de droga.
Em seguida, começamos a recuperação da área. Tanto a vegetação quanto as árvores foram devastadas pelas invasões e pelo uso indevido do espaço. Aos poucos, o parque foi sendo criado, com o trabalho do arquiteto André Graziano e o apoio da iniciativa privada, como o empresário Walter Torre Junior, que quando criança jogava futebol no parque e como empresário concluiu um antigo prédio da Eletropaulo, por anos abandonado.
Foram plantadas cerca de 700 mudas de árvores, construídas pistas de ciclismo, caminhada e corrida, parque para as crianças, academia para a terceira idade, além de um Jardim dos Sentidos e adaptações necessárias para garantir a acessibilidade de deficientes e pessoas com mobilidade reduzida. Também foi feita uma passarela da estação de trem Cidade Jardim. Tornou-se um dos parques mais bonitos de São Paulo e um dos mais frequentados. Recentemente, recebeu a visita do ex-beatle Paul McCartney, que passeou por lá de bicicleta.
Hoje, quando caminho pelo Parque do Povo - que na verdade se chama Parque Mario Pimenta Camargo - e vejo a beleza do lugar, penso no quanto é possível transformar uma cidade.
Andrea Matarazzo é secretário estadual de Cultura de São Paulo. E-mail: amatarazzo@sp.gov.br
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