Empresa que doou para PR e ministra multiplica contratos


Uma empreiteira do Paraná, que concentrou doações eleitorais para partidos aliados do governo e é alvo de investigações por irregularidades, aumentou em 1.273% seus contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) de 2004 a 2010, informa reportagem de Breno Costa, Andreza Matais e Rubens Valente, publicada na Folha desta terça-feira.

Desde o início do governo Lula, a Sanches Tripoloni, de Maringá, vive um crescimento em seus contratos. Saiu de R$ 20 milhões em 2004 para R$ 267 milhões no ano passado (valores atualizados).

Entre os beneficiários de doações eleitorais da empresa estão o senador Blairo Maggi (PR-MT) e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações).


Sérgio Lima - 6.jun.2011/Folhapress
A ministra Gleisi Hoffmann, que recebeu doações eleitorais da Sanches Tripoloni
A ministra Gleisi Hoffmann, que recebeu doações eleitorais da Sanches Tripoloni em sua campanha ao Senado Federal


Procurada, a Tripoloni informou que seus responsáveis estão viajando e se manifestarão na semana que vem. Gleisi afirmou que as doações eleitorais foram legais e a iniciativa partiu da empresa.

O Dnit, ligado ao Ministério dos Transportes, é alvo de suspeitas após reportagem da revista "Veja" no último dia 2 informar que representantes do PR e funcionários da pasta e de órgãos vinculados ao ministério montaram um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por empreiteiras.

Entre os citados está o diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que tem depoimento marcado nesta terça-feira no Congresso. À Folha, na semana passada, Pagot deu uma prévia de como será seu depoimento sobre o escândalo.

"O Dnit é um colegiado. O Hideraldo manda tanto quanto o Pagot", disse, em referência ao petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e listando, em seguida, todo o colegiado do órgão.

Pagot e outros três nomes da cúpula do Ministério dos Transportes tiveram o afastamento determinado pela presidente Dilma Rousseff.

Leia a reportagem completa na Folha desta terça-feira

Comentários