Sem Palocci, Dilma é só gentileza com PMDB


O almoço de Dilma Rousseff com os senadores do PMDB em nada lembrou o similar da semana passada com a bancada do PT. É o que se pode depreender dos relatos de participantes dos dois encontros.

No primeiro, uma presidente mal-humorada foi logo dizendo que não trataria de cargos, que o assunto ali era o Código Florestal. Antonio Palocci, presente, deu uma explicação sobre os negócios de sua consultoria, a Projeto, que logo vazou por todos os poros. Os presentes se preocuparam com a saúde e o estado de espírito de Dilma.

Menos de uma semana depois, uma presidente sorridente e simpática recebeu os senadores do PMDB. Palocci não foi e a crise envolvendo o titular da Casa Civil não foi tema da conversa.

Dilma justificou brevemente a ausência do responsável de fato pela articulação política dizendo que ele teve uma reunião com José Eduardo Cardozo (JUstiça) e Nelson Jobim (Justiça) sobre fronteiras.

Diante de dissidentes do PMDB como Roberto Requião (PR) e Pedro Simon (RS), foi combinado previamente entre o Palácio e os líderes peemedebistas evitar o tema Palocci --um deles poderia provocar uma saia-justa ao pedir a saída do ministro.

Também não se falou de cargos. O encontro serviu, nas palavras de um dos presentes, como se fosse uma primeira conversa, para marcar um reinício de relação.

Como a admitir que faltara traquejo político até ali, Dilma prometeu encontros mais "rotineiros'' com os peemedebistas. Mais adiante, prometeu "repetir" a dose.

Desenvolta, pegou no braço de Requião numa conversa ao pé de ouvido e falou reservadamente com Simon.

Em relação ao Código Florestal e à proposta de emenda constitucional que restringe o uso de medidas provisórias, Dilma disse humildemente que vai "coversar" com os senadores mais adiante, sem impor a visão da Presidência.

"Ela fez o que se esperava dela", resume um observador.

Resta saber se o PMDB, agora cortejado, fará o que Dilma espera dele.

Fonte:  Vera Magalhaes - Folha.com

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