Presidente da Câmara suspende convocação de Palocci


O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), suspendeu nesta quarta-feira a convocação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para prestar esclarecimentos na Comissão de Agricultura.

A aprovação ocorreu na manhã desta quarta-feira na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, quando os governistas estavam concentrados em outras comissões da Casa.

Maia pretende analisar o vídeo da comissão, as notas taquigráficas e todos os demais registros, além de ouvir o presidente da comissão. A decisão final sobre o assunto será anunciada na sessão da próxima terça-feira (7).

(Veja no vídeo o momento da convocação)





"Pelos argumentos que tenho colhido sobre o tema, e considerada a complexidade da questão, e destacando que o deputado Lira Maia (DEM-PA) tem se pautado pelo cumprimento do Regimento Interno, a Presidência não pode desconsiderar que a questão de ordem vem assinada por mais de 30 deputados da comissão que estavam presentes", afirmou Maia.

O governo passou a tarde tentando convencer o presidente da comissão, Lira Maia (DEM-PA), a reverter a decisão ou transformá-la em convite --para o qual não é obrigatória a presença.

O argumento de deputados governistas é que o presidente da Comissão, Lira Maia (DEM-PA), não seguiu o regimento ao proclamar o resultado da votação que convocou Palocci. "O presidente teve uma atitude ditatorial, nunca vi uma manobra tão baixa. Tudo se pode esperar de uma oposição que está perdida, menos isso", disse o deputado Bohn Gass (PT-RS).
Alan Marques/Folhapress
Deputados discutem durante reunião em que a oposição conseguiu aprovar a convocação de Palocci
Deputados discutem durante reunião em que a oposição conseguiu aprovar a convocação de Palocci


No dia 15 passado, a Folha revelou que o ministro tinha comprado um apartamento de R$ 6,6 milhões, numa evolução patrimonial declarada de 20 vezes desde 2006. O governo entrou em crise política e paralisia, já que Palocci é o seu ministro mais forte.

Ele justificou a evolução por seu trabalho de consultoria. A Folha então revelou que, só no ano passado, ele ganhou R$ 20 milhões com os trabalhos para clientes que não revelou, alegando cláusula de confidencialidade nos contratos.

Metade disso foi ganha quando Palocci coordenava o grupo de transição do governo e tinha acesso a dados sigilosos.

Fonte: Folha.com, com Agência Câmara

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