Em ato de homenagem pelos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), reconheceu que tem divergências com o tucano, mas afirmou que não "poderia deixar de participar da homenagem" por reconhecer a responsabilidade do ex-presidente pela retomada da democracia no país.
"Todos nós, presidente Fernando Henrique Cardoso, podemos ter divergências. São as mesmas divergências de fundo, às vezes divergências de conteúdo, às vezes meras discordâncias sobre fatos ou momentos da história, mas o importante é que mesmo nas divergências sejamos capazes de reconhecer a história e os valores construídos pelos homens de bem desse país", afirmou Maia.
Além do petista, aliados de FHC e lideranças do PSDB participam do ato em homenagem ao ex-presidente. O ministro Nelson Jobim (Defesa), os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e Ellen Gracie, assim como políticos aliados da presidente Dilma Rousseff também acompanham o ato --como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e o presidente do PMDB, Valdir Raupp.
O governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), defendeu a postura de FHC ao promover o debate pela discriminalização da maconha no país. "Que espírito provecto teria coragem para abordar a discriminalização da maconha onde as pressões pelo recrudescimento do combate ao tráfico faz prosperar a miopia intelectual que iguala traficante com viciado? Que senhor aquietado na posição praticamente consensual de ter sido um grande, um imenso presidente da República, arriscaria descer esse pedestal a se lançar em debate sobre os rumos nacionais?", questionou o tucano.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que FHC "dá diariamente orientações" sobre os rumos que o partido deve seguir. "Ele faz a melhor crítica e a melhor proposta. É muito fácil dizer que olhar para o futuro do Brasil hoje implica em ouvir o que Fernando Henrique Cardoso tem a nos dizer."
VÍDEO
A atriz Fernanda Montenegro, convidada pelo PSDB para ser a mestre de cerimônias do evento, fez elogios ao ex-presidente. "Eu não sou e nunca fui uma militante partidária, mas há momentos e momentos. Penso que vivemos aqui hoje uma hora muito especial."
O PSDB montou um vídeo em homenagem a FHC que conta sua história de vida pessoal, com destaque à sua mulher Ruth Cardoso (falecida em 2008). No vídeo, o ex-presidente afirma que a mulher "continua ocupando um espaço enorme" em sua vida, assim como mantém sua disposição em viver intensamente os 80 anos. "Eu não deixei nunca de viver."
Fonte: ABRIELA GUERREIRO - Folha.com
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