Livro sobre trajetória política de Covas será lançado em Brasília dia 7


Obra e homenagem ocorrerão na próxima terça-feira, no Senado Federal

A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lança no próximo dia 7, às 18h, na Biblioteca do Senado, o livro “Mario Covas, democracia: defender, conquistar, praticar”. A obra é uma homenagem ao ex-governador, morto em 2001. O engenheiro que sonhava desde criança ser presidente ficou conhecido por seu caráter, destemor, firmeza, generosidade, administração eficaz e incansável luta pela democracia.

O livro foi organizado pelo presidente da Fundação Mário Covas, o jornalista Osvaldo Martins, ex-ombudsman da TV Cultura e ex-coordenador de comunicação das campanhas do tucano. Embora não seja uma biografia, o livro de 352 páginas narra em seis capítulos momentos importantes da vida e da trajetória política de Mario Covas desde Santos, onde nasceu, em 1930, até seu falecimento.

A obra escrita por amigos e colaboradores de Covas e por dois cientistas sociais revela passagens inéditas da atuação deste que foi um dos mais importantes personagens da cena política brasileira na segunda metade do século XX. O fio condutor da narrativa é a fidelidade de Covas aos valores da democracia, que ele defendeu, ajudou a conquistar e praticou em toda a sua vida.

No primeiro capítulo o jornalista Osvaldo Martins lembra o surgimento de Covas na política, no início dos anos 1960, apoiado por Janio Quadros, e segue até 1979, quando recuperou os direitos políticos, suspensos por dez anos após a edição do Ato Institucional nº 5. Líder da oposição na Câmara dos Deputados em 1968, Covas comandou a resistência parlamentar em defesa das prerrogativas do Poder Legislativo e fez, em 12 de dezembro daquele ano (véspera do AI-5), um dos mais importantes discursos da história do Congresso Nacional. O livro registra, pela primeira vez, a íntegra desse pronunciamento (à época a censura impediu a sua divulgação).

O livro publica, em um Anexo, texto também inédito com trechos de uma alentada análise de conteúdo do discurso de Covas, e revela a uma curiosidade: as notas taquigráficas desse pronunciamento que sumiram da Câmara, “salvas” por uma funcionária que só as devolveu em 2000.

O cientista político Humberto Dantas, autor do segundo capítulo do livro, esmiúça os 33 meses de Covas como prefeito de São Paulo (1983-1985), com destaque para os célebres mutirões de obras públicas nos fins de semana, com a participação da população de bairros da periferia da capital. De novo, sobressai o estilo democrático de gestão de Covas na prefeitura e a presença constante do prefeito nas ruas, experiência que ele próprio considerava “a mais gratificante” de sua vida.

O constitucionalista mais citado em sessões do Supremo Tribunal Federal, José Afonso da Silva, escreve o capítulo dedicado à atuação de Mario Covas na Assembleia Nacional Constituinte (1987-88), baseado em suas observações diárias naquele período – ele foi o principal assessor de Covas naquele período. O jurista relata com precisão os embates ocorridos nas comissões temáticas e na comissão de sistematização, observa as dificuldades enfrentadas por Covas na elaboração de uma Carta progressista.

Outro cientista político, Sérgio Praça, pesquisou os bastidores das eleições perdidas por Covas para presidente (1989) e para governador de São Paulo (1990), pelo recém criado PSDB, em meio à desorganização e às dificuldades de seu novo partido. Em seu capítulo, Praça ressalta o empenho de Covas em manter, o tempo todo, sua conduta democrática e seu projeto de Brasil explicitado em famoso discurso no Senado, quando propôs um “choque de capitalismo”.

O capítulo sobre Covas governador (1995-2001) é de autoria de dois de seus principais colaboradores no Palácio dos Bandeirantes: Antonio Angarita e Dalmo Nogueira, respectivamente secretário e secretário-adjunto de Governo e Gestão Estratégica. De um ângulo privilegiado, dada a proximidade com o cotidiano do governador, Angarita e Nogueira participaram da bem sucedida luta de Covas para recompor as finanças de São Paulo e recuperar a sua capacidade de investir em obras e serviços.

O último capítulo do livro, de autoria de David Uip, médico de Covas, é outro depoimento repleto de informações inéditas sobre a luta contra o câncer e a forma como o governador enfrentou essa tragédia pessoal. Liderando uma equipe de especialistas, Uip revela como deu a má notícia a Covas sobre sua doença e destaca a conduta de seu paciente desde então: ele queria transparência total sobre seu estado, por entender que o povo tinha o direito de saber tudo. “Nada pode ser omitido”, ordenou.

Serviço Evento: Lançamento do livro ”Mário Covas – Democracia – Defender – Conquistar e Praticar”
Data: 07/06/2011
Horário: 18h
Local: Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho
Endereço: Anexo II – Senado Federal – Praça dos Três Poderes – Brasília – DF

Fonte: Imprensa oficial de São Paulo

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