Endividado, PT quer impor taxa a filiados



Com rombo nas contas estimado em R$ 42,7 milhões, o PT quer reforçar o caixa com a criação de uma taxa única obrigatória, a ser cobrada de todos os filiados que não ocupam cargos públicos. 

A proposta está no anteprojeto de reforma do estatuto petista, que começou a circular entre os militantes na última sexta-feira. 

A ideia é impor uma taxa de mesmo valor a todos os filiados, sem considerar ocupação ou nível de renda. Hoje, a contribuição é proporcional ao salário que cada um declara receber. 

"O objetivo da taxa é reduzir a dependência do partido de recursos externos", diz o ex-deputado Gilney Viana, integrante da comissão que formulou o documento. 

O valor da nova contribuição ainda não foi definido, mas deve ficar em torno de 1% do salário mínimo. 

O PT tem cerca de 1,4 milhão de filiados. Se a taxa for equivalente a 1% do mínimo (R$ 65,40 por ano, sem o 13º), a arrecadação extra chegaria a R$ 91,5 milhões anuais --mais que o dobro da dívida atual do partido. 

No entanto, os dirigentes acreditam que o número de doadores reais não deve ultrapassar os 500 mil, já que a maioria dos filiados ignora a obrigação de ajudar a sigla. 

Além da taxa única, o PT manterá o "dízimo" cobrado de militantes que ocupam cargos públicos eletivos ou comissionados. 

MULHERES 

Inspirados pela presidente Dilma Rousseff, os petistas também querem ampliar de 30% para 50% a cota de mulheres nos cargos de direção. 

A reserva de vagas também valerá para delegações, comissões e outros cargos da burocracia do partido. 

As propostas ficarão em debate até o fim de julho e serão submetidas a votação no próximo congresso do PT, marcado para a primeira semana de setembro.

Editoria de Arte/Folhapress

 



Fonte: BERNARDO MELLO FRANCO - Folha.com

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