Oposição insistirá até que caso Palocci seja esclarecido, avisam líderes tucanos



Lideranças da oposição na Câmara e no Senado se reuniram na manhã desta terça-feira (24) e definiram os próximos passos a serem tomados em relação às tentativas de esclarecer o súbito enriquecimento do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, entre 2006 e 2010.

Deputados e senadores decidiram que insistirão na tentativa de instalar uma CPI Mista para investigar as denúncias contra o braço-direito da presidente Dilma e buscarão assinaturas de parlamentares da base que tenham o desejo de passar a limpo as várias suspeitas que pesam contra Palocci. A estratégia inclui, ainda, novos pedidos de investigação ao Ministério Público e mais requerimentos nas comissões.

“Há até agora um silêncio absoluto e ensurdecedor tanto por parte do ministro quanto do próprio governo”, criticou o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), ao citar novos motivos que, de acordo com ele, justificam a necessidade de investigação e de esclarecimento dos fatos.

Diariamente a imprensa vem revelando fatos novos relacionados às suspeitas atividades de Palocci. O petista teria recebido R$ 20 milhões apenas no ano passado por “serviços” prestados por sua suposta consultoria, dos quais a metade só no último bimestre. O ministro foi o coordenador da campanha de Dilma em 2010, o que torna as acusações ainda mais graves. Além disso, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) teria apontado indícios de irregularidades na empresa de Palocci há seis meses. Essas informações devem constar nas duas representações que serão ajuizadas na Procuradoria Geral da República (PGR).

“O Brasil inteiro está estarrecido pelo fato de que o governo se nega a sequer comentar o assunto, dando-o como encerrado. Vamos fazer nosso papel e também já estamos recolhendo as assinaturas para instalar a CPI mista”, avisou Nogueira após o encontro, ocorrido na Liderança do PSDB no Senado. Segundo ele, além do apoio dos parlamentares do PSDB, DEM, PPS e PSOL, a comissão de inquérito pode ter a adesão de integrantes do PDT e do PMDB, como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que já assinou o pedido de instalação. “O mais importante é chamar cada parlamentar na sua consciência e responsabilidade de prestar contas ao país”, disse.

O líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que a oposição busca o apoio de parlamentares com “capacidade de indignação”. “A postura de omissão da presidente Dilma consagra a impunidade. É preciso que ela se manifeste e que o ministro se afaste do cargo até que as denúncias sejam investigadas”, defendeu. “Aqueles que blindam o ministro Palocci estão prevaricando”, completou. Segundo o tucano, a oposição tem noção de seu tamanho e sabe que o Planalto usa sua maioria esmagadora no Congresso para blindar Palocci, mas que nem por isso se calará e permitirá que o caso fique sem explicação ou punição no caso de comprovação das supostas irregularidades.

Já o líder da Minoria, deputado Paulo Abi-Ackel (MG), e o vice-líder tucano deputadoVanderlei Macris (SP) afirmaram que a oposição, diferentemente do Planalto, está agindo de maneira responsável e cautelosa. De acordo com os parlamentares, quem mais deseja que o caso seja esclarecido é a própria sociedade. “O governo está blindando o ministro, mas a população quer saber a verdade”, alertou Macris. Abi-Ackel defendeu o afastamento de Palocci da Casa Civil até que se esclareçam as acusações. De acordo com ele, essa atitude representaria uma forma de preservar o próprio governo de um desgaste ainda maior. “Mas tentarão resolver o problema dando o assunto como encerrado. Não terão êxito nessa tentativa porque o Congresso e a opinião pública se comportam de maneira contrária e querem tudo esclarecido”, avisou.

Fonte: Djan Moreno/ Foto: Cadu Gomes - http://www.blogpsdb.com.br

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