Aliança PSDB-DEM será ‘compulsória’


Ideia de fusão não será posta em prática antes de oposição testar união obrigatória em 2012

O DEM e o PSDB estudam a formalização de uma "união compulsória" entre os dois partidos já na eleição de 2012. Os planos de fusão entre as duas legendas, que encontram resistência em ambos os lados, serão discutidos apenas depois das disputas municipais no ano que vem.

A ideia é "dogmatizar" as alianças municipais entre os dois partidos: nas cidades em que o PSDB for mais forte, o DEM apoiará o candidato a prefeito, assim como os tucanos defenderão as candidaturas dos democratas nos locais onde estes tiverem mais chances de vitória.

"A fusão remete a uma discussão de médio prazo. Neste momento, vamos debater a compulsoriedade (das alianças)", afirmou o senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM. Para ele, a tese da aliança obrigatória deve ser colocada num documento a ser ratificado pelos partidos. "A solução adequada agora é fazer alianças para a disputa pelas prefeituras", disse o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, para quem a fusão permitirá aos partidos atuarem mais "nacionalmente".

Na semana passada, líderes tucanos trouxeram a público a discussão sobre uma eventual fusão, que já se arrasta nos bastidores desde a eleição de 2010, quando os dois partidos perderam cadeiras no Congresso e viram seu poder de fogo diminuir.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também tratou recentemente do tema com o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM). O governador Geraldo Alckmin (PSDB) também sinalizou ser favorável à fusão. "Eu acho que é um tema a ser discutido", afirmou em evento realizado na quinta-feira.

Embora haja manifestações favoráveis, o único consenso, neste momento, é jogar a discussão para depois da eleição. "Para a eleição de prefeito não dá", afirmou o advogado Tito Costa, autor do livro Recursos em Matéria Eleitoral. Para ser válida na eleição de 2012, a fusão entre as duas legendas teria de sair até setembro, o que está fora da pauta.

Do lado tucano, há quem ache que o partido tem mais a perder, principalmente do ponto de vista de imagem. Para esses, o DEM estaria demasiadamente vinculado à direita, enquanto o PSDB deveria reforçar seu ideário social-democrata.

No DEM também há avaliações de que o assunto é prejudicial ao partido, porque enfraqueceria a legenda no momento em que está sofrendo um desfalque para o PSD, sigla a ser criada pelo prefeito Gilberto Kassab.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também tratou recentemente do tema com o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM). O governador Geraldo Alckmin (PSDB) também sinalizou ser favorável à fusão. "Eu acho que é um tema a ser discutido", afirmou em evento realizado na quinta-feira.

Embora haja manifestações favoráveis, o único consenso, neste momento, é jogar a discussão para depois da eleição. "Para a eleição de prefeito não dá", afirmou o advogado Tito Costa, autor do livro Recursos em Matéria Eleitoral. Para ser válida na eleição de 2012, a fusão entre as duas legendas teria de sair até setembro, o que está fora da pauta.

Do lado tucano, há quem ache que o partido tem mais a perder, principalmente do ponto de vista de imagem. Para esses, o DEM estaria demasiadamente vinculado à direita, enquanto o PSDB deveria reforçar seu ideário social-democrata.

No DEM também há avaliações de que o assunto é prejudicial ao partido, porque enfraqueceria a legenda no momento em que está sofrendo um desfalque para o PSD, sigla a ser criada pelo prefeito Gilberto Kassab.

Alheios a esses argumentos, os defensores da fusão dizem que os partidos, unidos, ganharão massa crítica para projetar a oposição. Também se fortalecerão e terão mais capilaridade pelo País. A situação do DEM, que perdeu mais musculatura que o PSDB, tornaria a fusão uma questão de sobrevivência.

Fonte: Julia Duailibi e Daniel Bramatti - O Estado de S. Paulo

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