
Com as indústrias, a região foi rapidamente habitada - em grande parte por imigrantes italianos - e, por consequência, recebeu infraestrutura e serviços públicos de lazer, educação e saúde. O transporte também foi fundamental para o crescimento da Vila Prudente. Em 1907, foi criada uma linha de bondes puxados por burros, do Centro para o bairro, para transporte de pessoas e de materiais. Agora que o bairro já conta com o metrô, o Expresso Tiradentes e muitas linhas de ônibus, é difícil imaginar que um dia foi possível atravessar a cidade com a ajuda de burros. Mas é um exemplo dos desafios enfrentados na construção de São Paulo.
Apesar de ter sido fundada por italianos, é grande a presença de imigrantes lituanos na região, concentrados na Vila Zelina. Eles começaram a chegar a São Paulo na década de 1920 e atraíram outros povos eslavos, como búlgaros, sérvios, croatas, eslovenos e russos. Em homenagem a esses imigrantes, foi inaugurado o Monumento à Liberdade, na Praça República Lituânia, uma réplica do que existia na cidade de Kaunas e destruída pelo exército da antiga União Soviética.
Mais do que as indústrias e o transporte, o que fez a diferença para o crescimento da Vila Prudente, hoje um dos mais importantes bairros da Zona Leste de São Paulo, foram seus moradores, que contribuíram com seu trabalho e com amor ao lugar em que moram. Nesta semana, vi no livro "Vila Prudente: Do Bonde a Burro ao Metrô", de Newton Zandra, belas fotografias que retratam a história deste bairro.
Andrea Matarazzo é secretário estadual de Cultura de São Paulo.
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