Twitter: O uso por políticos, agentes públicos e autoridades



O Twitter se consolidou como um importante fórum de discussão sobre política, comportamento, cultura, esportes, etc. Por isso, não me agrada quando tentam determinar regras de uso. Tentar engessá-lo, padronizado a forma de postar, distorceria um dos principais objetivos do microblog, que é ser uma página pessoal. 
Profissionais tem responsabilidades com suas carreiras e com as instituições que representam. Assim como nos demais meios de comunicação, o agente público (político, funcionário público, assessor, autoridade) tem regras de comportamento público a cumprir. 

Uma autoridade pública - presidentes, governadores, prefeitos, ministros, secretários, etc -, podem utilizar o Twitter como ferramenta de sua gestão, aproximando o cidadão das decisões da administração pública, informado-os, recebendo críticas e propostas para o aperfeiçoamento e correção de suas ações. 

Por ser uma página pessoal, nada impede que estas autoridades utilizem o twitter para comentar assuntos que não são relacionadas diretamente a atividade que exerce: Indicar um livro, comentar um filme, o resultado da partida do seu time, as notícias do dia, até mesmo bater papo com seus seguidores. Este tipo de ação humaniza sua imagem e o aproxima das pessoas, que nem sempre estão dispostas a discutir a administração pública ou política. 

Interagir é obrigatório? Para mim, não. A interação demanda tempo, e nem sempre, isso é possível responder à todas perguntas que lhe são feitas. Muitos preferem utilizar seu perfil apenas para informar suas atividades e projetos. Uma alternativa é responder de forma geral as perguntas mais encaminhadas. 

Já os que preferem interagir com seus seguidores levam grande vantagem sobre os demais. Tornam-se mais atraentes, por isso são mais seguidos. É o caso do ex-governador de São Paulo José Serra. Quase todos os dias Serra reserva alguns minutos para postar em seu Twitter e interagir com seus seguidores. É lógico que jamais conseguirá responder a todos os seus 655.000 seguidores. Mas ele sempre escolhe algumas perguntas para responder. O ex-governador, além de notícias e comentários sobre política, também posta links de música, dicas de livro e filmes.

Uma cautela que deve ser adotada, é postar mensagens que não sejam relacionadas a atividade que exerce durante o horário de trabalho, certamente será vista de forma negativa. Se for amenidades (a novela, o jogo de futebol, fofoca de celebridades, etc), pode ser considerado ócio. Se for assunto relacionado a política partidária, pode ser considerado uso da máquina pública. Mas nada é tão rígido. Não vejo problema nenhum em fazer comentários sobre o cotidiano em qualquer horário. Comentar o trânsito, o tempo, dar dicas de cultura, lazer, saúde, etc. 

Sou totalmente favorável que o acesso das redes sócias sejam liberados em repartições públicas. São fontes importantes e ágeis de informação e comunicação. Mas o mal uso deve ser coibido. É muito comum ver agentes públicos e assessores, que passam o dia em seu twitter tratando de assuntos que nada tem a ver com sua atividade profissional e com o cargo que ocupa. Em alguma empresa privada isso é admitido? Então, no setor público também não pode. 

Uma atitude condenável a qualquer um, é usar as redes sociais para ofender ou agredir alguém. Se tratando de pessoa pública como políticos ou autoridades públicas, pior ainda. E este é um dos piores erros de uso do Twitter que pode ser cometido. Um exemplo de mau uso do Twitter é o Senador Roberto Requião PMDB-PR. Volta e meia o Senador usa o seu perfil no Twitter (@requiaopmdb) para ofender seguidores e adversários políticos. Veja: Senador Requião usa Twitter para ofender seguidores 

Tentar enganar seus seguidores também é algo péssimo para um político ou qualquer autoridade pública. Um usuário habitual do microblog sabe detectar facilmente quando é o próprio dono do perfil que está postando ou quando é outra pessoa. Mas, muitos tentam enganar. O melhor exemplo disso, é a presidente Dilma Rousseff. Na campanha eleitoral e 2010 chegou a postar até foto em frente ao computador para tentar convencer que era ela quem postava as mensagens. Cabe lembrar que a presidente abandonou seu microblog logo após ser eleita. 

Alguns políticos adotaram a alternativa avisar na mensagem que é a assessoria é quem está postando a mensagem. A mensagem segue com frases como “Equipe”, “assessoria”, "A". Acho uma solução honesta. Um bom exemplo de uso desta alternativa é o Deputado Federal Roberto Freire PPS-SP. 

Um exemplo de homem público que usa bem o Twitter é o Secretário de Cultura de São Paulo Andrea Matarazzo. Há cerca de dois anos no microblog, Matarazzo é exemplo no uso pessoal e profissional. Quando Secretário das Subprefeituras de São Paulo seu perfil recebia queixas e reclamações referentes à zeladoria da cidade e até de outras pastas. Os casos eram encaminhados à sua assessoria que se encarregava de resolver o problema e enviar a resposta ao reclamante. Hoje, na Secretaria da Cultura, seus seguidores são informados sobre as atividades da pasta, dos equipamentos, dicas culturais, etc. 

No uso pessoal, Andrea é muito badalado pelos seus mais de 15.300 seguidores. Conversa com todos, troca links de músicas, posta e comenta as notícias do dia, sempre com muita simpatia e educação. Exemplo a ser seguido. 


WELBI MAIA BRITO 
Editor

Comentários

  1. Boa dia,
    trabalho no Editorial do Grupo Pearson Education. Temos a intenção de publicar esse texto em um dos materiais que estamos produzindo, mais especificamente no material de TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação, 2º ano do Ensino Médio, para o Projeto ENEM 2013.
    É possível a sua autorização para a publicação?

    Agradeço desde já,

    Maria Elisa Sonda
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    Pearson Brasil

    Av. Mal Humberto de Alencar Castelo Branco, 800
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  2. Aguardo a sua resposta no e-mail: maria.sonda@pearson.com

    Grata,

    Maria Elisa Sonda

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