Sérgio Guerra reclama de ataque especulativo e descarta ida de Serra para o PSD




Para o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), a oposição brasileira vive hoje uma espécie de ataque especulativo de setores governistas. Em sua opinião, o partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o PSD, está sendo patrocinado pelo Palácio do Planalto. Ele reconhece que algumas correções de rumo do governo petista podem seduzir parte do eleitorado que não votou na presidente Dilma Rousseff e exigirão uma mudança de estratégia da oposição, como defendeu na última semana o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para 2014, diz, o PSDB larga com pelo menos três nomes: José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin.
O GLOBO : A oposição enfrenta uma crise de identidade?
SÉRGIO GUERRA : Realmente a oposição perdeu a eleição presidencial, mas venceu a disputa em dez estados, o PSDB em oito e o DEM em dois. Acontece que agora estamos vivendo um ataque especulativo. Esse ataque ganhou dimensão com a criação do PSD, que acabou se transformando no caminho para que oposicionistas incomodados pudessem aderir ao governo. O PSD está superfaturado porque é uma janela exclusiva.
O GLOBO :Qual é a estratégia diante desse quadro?
GUERRA : O fato é que a presidente eleita procurou responder, se não com atos, mas pelo menos com palavras, parte do discurso crítico da nossa campanha, como na área de direitos humanos, política externa e em defesa da liberdade de imprensa. A presidente adotou uma postura republicana, não fala todos os dias, como falava o presidente Lula. Por um bom tempo, Lula alimentava, com sua fala diária e observações nem sempre sensatas, o discurso da oposição. Não é fácil combater quem fala muito pouco como a Dilma. Eu diria que a oposição tem agora um grande desafio. O combate não pode ser o mesmo.
Agora estamos vivendo um ataque especulativo. Esse ataque ganhou dimensão com a criação do PSD, que acabou se transformando no caminho para que oposicionistas incomodados pudessem aderir ao governo
O GLOBO : Foi isso que levou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a sugerir que a oposição invista na nova classe média em vez de disputar o apoio do povão com o PT?
GUERRA : O que Fernando Henrique disse foi que teríamos muito mais facilidade em avançar sobre setores novos do que sobre setores dependentes. Gente, por exemplo, que depende do Bolsa Família será mais difícil de conquistarmos do que eleitores independentes dos favores oficiais.
O GLOBO : A disputa entre as suas principais estrelas do PSDB, o ex-governador José Serra o senador mineiro Aécio Neves, pelo comando do partido pode comprometer a ação da oposição?
GUERRA : Se tiver racha, ele acaba no dia 28 de maio, quando teremos a nossa convenção nacional. Tem de acabar, se somos verdadeiramente partidários.
O GLOBO : Tem gente que especula que Serra possa ir para o PSD, caso não vença essa disputa interna...
GUERRA : O governador Serra não tem nada a ver com o PSD, nunca teve e jamais iria para um partido desse. Não há PSDB sem o Serra e ninguém compreenderia o Serra fora do PSDB.
O GLOBO : E para 2014, o partido tem um candidato natural?
GUERRA : O PSDB vai eleger uma executiva para organizar o partido e democratizá-lo. Só daqui a dois anos é que vai tratar das eleições presidenciais. É claro que temos, como sempre, nomes para disputar a Presidência da República. Mas não é bom para ninguém tratar disso agora.
O GLOBO : Após o discurso de estreia no Senado, semana passada, o senador Aécio foi apontado como o novo líder da oposição. O senhor acha que ele sai na frente nessa disputa?
GUERRA : Efetivamente, Aécio tem liderança e ganhou mais ainda no Congresso com seu discurso. Mas isso não quer dizer que o partido não tenha, a exemplo de Serra e do governador Geraldo Alckmin, outros líderes de renome nacional. O que o partido quer é ganhar a eleição daqui a quatro anos.

Fonte: Adriana Vasconcelos - O Globo

Comentários

  1. Ele junto com outros em especial traecio continue produzindo conflito com o Serra e vai ver se ele muda e olhe lá foram 44 milhões de votos e por exemplo eu não voto no traecio e não vejo ninguém mais competente e com maiores chances para 2014 do que o Jose Serra.

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