PSDB discute propostas para unificar discurso sobre Reforma Política


O presidente do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), abriu na manhã desta quinta-feira (07/04), em Brasília, o Seminário sobre a Reforma Política que está sendo organizado de forma conjunta pelo partido e pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV). De acordo com Sérgio Guerra, o Brasil vive um momento crucial no cenário político e, o partido irá criar mecanismos para que o debate sobre a reforma política chegue à população.

“O Congresso é apenas a trincheira porque nosso objetivo final é a sociedade. A reforma política não pode ser um instrumento para reduzir ou interferir na atuação dos partidos de oposição no País”, disse o presidente do partido.

Durante a abertura do seminário, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que a oposição não pode aceitar o ônus de um eventual fracasso na reforma política. “A discussão que o PSDB promove é importante para ajudar na promoção de uma nova cultura partidária. É preciso que fique claro que a reforma só irá acontecer se a Presidente Dilma tiver vontade de realizá-la”, ressaltou.

Alvaro Dias destacou também que um dos defeitos essenciais do modelo político brasileiro é a ausência da população no momento da escolha dos candidatos. Segundo o Líder do PSDB, “as primárias estimularão a filiação partidária e valorizarão a militância política. O militante com isso torna artífice do sucesso ou fracasso do partido”.

Para o deputado federal Duarte Nogueira (SP), líder na Câmara, é primordial que a oposição se antecipe nas discussões da reforma política. “Não podemos deixar que o governo imponha sua vontade nos assuntos que sejam apenas de seu interesse”, alertou.

Após as falas do presidente do PSDB e dos líderes na Câmara e no Senado, o seminário teve a apresentação de painéis e realização de debates. Fizeram exposições sobre o tema da reforma política o ex-tesoureiro do partido, Eduardo Graeff, o presidente do Instituto Teotônio Vilela em Pernambuco, André Régis, e o deputado federal Mendes Thame, de São Paulo.

Após as exposição,o ex-governador de São Paulo, José Serra, falou no Seminário de Reforma Política do PSDB, e lembrou que o partido perdeu uma oportunidade histórica de implantar o parlamentarismo no Brasil, em 1993. José Serra também defendeu a instituição do voto distrital puro em municípios com mais de 200 mil eleitores que têm segundo turno, já para as eleições de 2012.

“Acredito que a população brasileira vai gostar da adoção do voto distrital, capaz de aproximar muito os eleitores dos eleitos. Sugiro que o partido encampe a proposta de realizar uma campanha nacional, para reforçar a adoção do voto distrital. Podemos colher um milhão de assinaturas para um projeto neste sentido”, defendeu o ex-governador de São Paulo.

Ao falar aos participantes do seminário, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) destacou que o partido precisa afinar suas posições a respeito da reforma política. “Por enquanto é treino. O jogo para valer vai ser quando conseguirmos aprovar a reforma política”, disse o senador.

Já o senador Flexa Ribeiro, do PSDB do Pará, além de parabenizar a direção do partido e do Instituto Teotônio Vilela pela realização do seminário, disse que “é importante que a plataforma e o resultado dos debates desse encontro cheguem às bases, para que elas realizem debates regionais e estaduais”. O senador Paulo Bauer, de Santa Catarina, destacou a necessidade do Brasil avançar na discussão da reforma política, do ponto de vista eleitoral e político. “É preciso que a reforma faça com que os partidos se fortaleçam”, disse Bauer.

Em discurso feito no Seminário do PSDB, o senador Aécio Neves, de Minas Gerais, fez um resumo dos tópicos que estão sendo apreciados pelos senadores da Comissão de Reforma Política. Aécio defendeu que o PSDB se alinhe em torno de três ou quatro propostas para que a reforma política possa avançar no Senado e na Câmara.

“O que efetivamente deve ser aprovado no Senado é o fim das coligações proporcionais. Já sobre o sistema eleitoral, defenderemos que seja realizado um referendo popular para decidir sobre a questão da lista fechada”, disse o tucano.

Fonte: Patrícia Mazzilli / Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado
Foto: Cadu Gomes

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