Petistas querem integrantes do PSD na base do governo


Governo pode enfrentar transtorno comum entre aliados, caso nova legenda integre a base: a exigência por cargos

O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva pregou, durante a campanha, o extermínio do DEM. E agora muitos petistas têm enxergado com bons olhos a debandada de integrantes da legenda para formar o PSD. Como o novo partido não é “nem de direita, nem de esquerda”, nas palavras do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o PSD tende a apoiar ações do governo da presidente Dilma Rousseff.

Com essa visão, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), antecipou-se e marcou encontros com integrantes da nova legenda. O objetivo é convidá-los a integrar a base aliada do governo, que já tem maioria na Casa. “Vamos nos relacionar institucionalmente com eles. Já conversei com Kassab e deputados que estão na base do partido para manifestar que nós temos interesse que eles integrem a base do governo”, disse. A aliança é aprovada por outros petistas, como o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP): “Não se pode recusar apoios”, declarou. 

Ainda que a aliança com o PSD venha a facilitar a aprovação de projetos no Congresso Nacional, o Planalto pode carregar um problema extra: a cobranças por indicações a cargos. As exigências de partidos da coligação que elegeu a presidente Dilma, principalmente o PMDB, deram dor de cabeça aos integrantes do Executivo nos 100 primeiros dias de governo.

As nomeações ao segundo escalão, inicialmente previstas para fevereiro, seguem no Diário Oficial ainda este mês. Na quinta passada, por exemplo, o peemedebista Geddel Vieira Lima foi nomeado diretor de Loterias da Caixa Econômica. “A aliança com o PSD pode ajudar porque resseca a oposição e pode atrapalhar porque seria mais um partido a exigir vantagens”, avalia o cientista político da Universidade de Brasília (UnB), David Fleisher. 

Já o deputado Vaccarezza não acredita em cobranças em um primeiro momento. “Não há fatura, não existe diálogo por cargos. A eleição não foi agora, então quem tinha direito a cargos já conseguiu”, afirmou. O petista avalia como positivo um eventual apoio de antigos adversários do PT, como o candidato derrotado à vice-presidência, Indio da Costa. “Todo o mundo que apoiar o governo eu acho bom. É sinal de que aqueles que combatiam fizerem autocrítica”, diz Vaccarezza.

Em entrevista ao site de VEJA, Indio da Costa disse que não será “contra tudo” no governo Dilma.

Fonte: Luciana Marques - Veja.com

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