Partidos apostam em ‘recall’


As eleições para a Prefeitura de São Paulo ainda estão a um ano e meio de distância. Mesmo assim, os principais partidos já iniciaram o tradicional lançamento de “balões de ensaio” sobre a cabeça dos eleitores. Até o momento, nada de novo no front – somente figurinhas carimbadas da política local e nacional. Ou alguém se espantaria se o PSDB voltasse a disputar uma eleição com José Serra? Ou se o PT ficasse dividido entre uma candidatura Mercadante ou Marta Suplicy?

Mesmo com todo o barulho provocado pela provável filiação de Gabriel Chalita (hoje no PSB) ao PMDB e sua possível candidatura à Prefeitura, sua presença na eleição de 2012 também não pode ser encarada como novidade. Aliás, a presença de Chalita em eleições não é mais novidade desde 2008, quando foi eleito vereador pelo PSDB – em 2010, ele voltou a participar de um pleito, e elegeu-se deputado federal pelo PSB.

Dois outros pré-candidatos (já oficialmente lançados) surgem como uma espécie de ‘recall’ das eleições de 2010. São eles: Netinho de Paula (PC do B), eleito vereador em 2008 e terceiro colocado na última eleição para o Senado; e Celso Russomanno (PP), ex-deputado federal que disputou o governo paulista em 2010.

Para o cientista político Rui Tavares Maluf, uma provável eleição repleta de nomes “batidos” não é necessariamente uma notícia ruim. “É melhor isso do que a criação e a invenção de um nome desconhecido, sem nenhuma tradição política”. Em compensação, ele aponta aquilo que, em sua opinião, é o grande problema de uma eleição municipal. “Os partidos estão desarticulados. Não conseguem debater questões importantes da cidade. Na verdade, não importa se é um nome novo ou um nome velho, o discurso – ou a falta de discurso – é o mesmo.”

Nem entre os nomes sussurrados à boca pequena, é possível vislumbrar algo que não seja um veterano de disputas. O caso mais exemplar é o do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, que está deixando o DEM para alçar voo no PSD de Kassab.


A falta de novidade beira o tédio quando o assunto é PSDB ou PT. Os tucanos parecem cada vez mais inclinados a lançar mão de seu coringa José Serra. Na avaliação de caciques do PSDB, Serra seria um nome quase imbatível na capital. No universo petista, Mercadante e Marta se apresentam com algum “recall” (olha ele de novo) para fazer frente aos oito anos de Serra e Kassab. Os dois devem disputar internamente está indicação.

Outros possíveis candidatos são os velhos conhecidos Ivan Valente (PSOL), Soninha (PPS) e, é claro, não existiria eleição municipal sem Levy Fidelix (PRTB).


Fonte: JT

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