No primeiro capítulo, FHC sugeriu que a oposição privilegiasse, na campanha eleitoral, as classes médias surgidas nos últimos anos em detrimento do “povão”; na resposta, Lula acusou FHC de ser elitista. No segundo capítulo, FHC fez duros ataques a Lula, disse que ele estava “mamando na elite” e o petista não respondeu. O terceiro capítulo está prestes a começar.
Segundo a Folha, depois da polêmica, Lula sugeriu que o PT corra atrás dos mesmos votos a que FHC se referiu, os da classe média. Foi isso que o presidente de honra do PT teria sugerido a membros do diretório estadual de São Paulo em reunião na terça-feira.
Lula orientou a legenda a concentrar esforços nas áreas onde houve maior ascensão social em seu governo, como a periferia da capital e a região metropolitana. Ele defendeu que o PT busque alianças à direita, com políticos de perfil conservador, para “quebrar resistências” à sigla nesses redutos. Citou seu convite ao empresário José Alencar, em 2002, como exemplo a ser seguido.
Ao jornal, o presidente do PT-SP, Edinho Silva, afirmou que entre os setores conservadores estão aqueles que se acostumaram a votar em gente como Paulo Maluf e Oreste Quércia e suas crias, como Celso Pitta e Luiz Antônio Fleury Filho. Para quem conhece os eleitores dessas figuras políticas, imaginá-los votando no PT é algo inusitado. Mas é certo que Lula, baseado em São Paulo, vai fazer de tudo para minar o poderio do PSDB no Estado, até tentar atrair rivais históricos de seu partido.
Fonte: José Antonio Lima - Revista Época
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