Contrastes de Santo Amaro - Artigo de Andrea Matarazzo


Até 1935, Santo Amaro era uma cidade independente e, hoje mantém, os contrastes de uma pequena São Paulo. Do luxuoso Alto da Boa Vista, que até hoje guarda influências da imigração alemã, ao Largo 13, das multinacionais e indústrias às pequenas residências, o bairro é reconhecido pela grande diversidade.

Santo Amaro foi um dos bairros fundados pelo padre José de Anchieta, por volta de 1560. O nome veio do santo de madeira doado para a capela no, hoje, na igreja matriz, no Largo 13, atualmente fechada para reforma. Além da matriz, há outros bonitos espaços religiosos como Convento Santíssima Trindade, na rua São Benedito, aberto para visitas agendadas; e a igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Santa Rosália, padroeira dos imigrantes sicilianos, na rua Palestina.

A imigração alemã foi fundamental para a região. O primeiro grupo chegou à região para o casamento de Dom Pedro 1º e Dona Amélia Lauchtemberg, no fim do Primeiro Reinado. A influência européia ainda é vista nas casas em estilo alemão, especialmente na Chácara Santo Antônio, Chácara Flora e nos restaurantes típicos. O mais famoso é o Juca Alemão. Outros restaurantes típicos marcaram o bairro: o indiano Govinda e o francês Le Coc Hardy, que não está mais em funcionamento.

A história do bairro está registrada em um mosaico na estátua do bandeirante Borba Gato, na Avenida Santo Amaro, de gosto duvidoso para alguns paulistanos, mas um marco importante. E que morou ou frequentou o bairro tem outros marcos na memória. Lembro da casa do meu tio, onde brincava quando crianças, cujos jardins deram origem ao Jardim  Cordeiro. E como esquecer o cheiro  de chocolate deixado no bairro pela antiga fábrica da Lacta? De fato, Santo Amaro é um dos bairros mais representativos de São Paulo, pela mistura de ambientes, pessoas e histórias.


Andrea Matarazzo é secretário estadual da Cultura de São Paulo

Comentários

  1. Anônimo2/4/11 15:55

    De fato, Sto Amaro é uma região linda e merece cada vez mais atenção por parte da prefeitura.

    ResponderExcluir
  2. Excelente conhecer a história dos bairros e fazer parte da história de uma cidade, é bacana esse resgate, parabéns pelo artigo!

    ResponderExcluir
  3. Comentei no próprio Twitter do Secretário e o elogiei por sua forma sucinta, mas abrangente de escrever. Isso é bom porque estimula as pessoas a buscarem mais informações por conta própria, caso haja interesse. Aproveitei e sugeri para que estendesse a outros bairros tradicionais também, mas já me informou que já o tem feito... como o da Liberdade.

    ResponderExcluir

Postar um comentário