‘PSDB tem se preparado muito mal para as eleições’, diz Edson Aparecido


Secretário de Desenvolvimento Metropolitano de São Paulo será responsável por coordenar ações tucanas nas cidades em que o partido sofre derrotas eleitorais


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), lança nesta quarta-feira, 30, sua maior ofensiva para reverter o quadro de derrotas eleitorais para o PT nas regiões metropolitanas do Estado. Em evento no Palácio dos Bandeirantes, ele criará a Câmara de Desenvolvimento Metropolitano, órgão que vai coordenar ações cirúrgicas nessas áreas.

Para o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, que tem a missão de planejar as ações, essa é a principal estratégia para a vitória em 2012. Ontem, ele conversou com o Estado.

O PSDB governa São Paulo há 16 anos. Essa iniciativa não poderia ter sido levada a cabo antes?
É um processo de evolução. Nós criamos as regiões Metropolitana de Campinas e da Baixada Santista. Alckmin enviou projeto criando a Região Metropolitana de São Paulo em 2005. Agora, efetivamente, a imposição dos desafios e a necessidade de planejamento integrado foi amadurecida.

Ao mesmo tempo é sintomático que PSDB tenha sofrido tantas derrotas nessas regiões.
Faltaram nossas marcas. Intervenções nas regiões metropolitanas nós fizemos, como metrô, saneamento, Rodoanel. Mas o partido é outra coisa.

O desafio do partido se mistura às ações da secretaria?
O mais importante é que a secretaria tenha papel institucional, suprapartidário. O governador insistiu nisso. Mas o PSDB precisa ter a capacidade, a sensibilidade de capitalizar as ações governo nas regiões metropolitanas - e isso tem faltado. É uma deficiência mais do partido do que do governo.

O PSDB terá candidatos competitivos nessas regiões em 2012?
O partido está preocupado com isso. Nós vamos investir nas regiões metropolitanas e em municípios que são administrados por outros partidos como a gente sempre fez. Agora, outra coisa é o partido se preparar para os embates que vai ter. E aí é evidente que dos maiores municípios do Estado, 99% estão nas regiões metropolitanas.

Como vê Lula e sua popularidade na eleição do ano que vem?
Essa é uma correção que o PSDB precisa fazer, porque tem se preparado muito mal para as eleições. Precisa se preparar não só com candidatos do PSDB, mas em alianças, porque ninguém ganha mais eleição sozinho. O PSDB andou em um período na contramão ao querer disputar eleições sozinho.

Prefeitos do PT já estão dispostos a entrar em uma queda de braço com o governo. 
É evidente que cada um vai tentar capitalizar seu trabalho, mas isso não vai atrapalhar e nós teremos ações comuns, em parceria com prefeitos de qualquer partido. Não vamos deixar que uma eventual disputa política prejudique a sociedade.

A criação da Câmara de Desenvolvimento Metropolitano é um reforço da imagem do governador para 2014, para a disputa da reeleição dele?
De jeito nenhum. A Câmara é um instrumento do governo para servir à sociedade.

Vê o Kassab e o PSD ao lado do governo nessa iniciativa?
Vejo o prefeito Gilberto Kassab colaborando. Discutimos com ele o bilhete metropolitano. No primeiro mês de governo, Kassab e o governador anunciaram uma série de medidas importantes em São Paulo de combate às enchentes, creches e transportes.

Fonte: Roberto Almeida, de O Estado de S. Paulo





Comentários

  1. Que bom que o PSDB esteja assumindo abertamente o problema da perda de espaço para a oposição e tomando medidas para voltar a ganhar eleições. Aceitar fatos em vez de se esconder em versões é a única maneira de iniciar uma mudança que seja muito mais produtiva e traga resultado de acordo com as expectativas desejadas. Nada como diagnosticar os problemas para delinear novas estratégias, estabelecer novo planejamento, realizar análises e avaliações durante o processo para certificar que estão indo em direção ao objetivo proposto: ganhar eleições para executar o que acredita ser o melhor em política pública.
    O PSDB possui um ótimo quadro de profissionais. Claro que há exceções, e muitas! Atualmente, há profissionais muito qualificados que estão em postos de liderança, mas também há outros que não o estão mais. Conheci líderes excelentes, comprovadamente muito preparados para estarem na frente das tomadas de decisões, determinarem a execução de políticas públicas, orientar e integrar equipes em direção aos objetivos pré determinados, articular de forma construtiva, etc. mas... infelizmente, estão limitados em conseqüência de resultado de disputas internas inúteis e muito danosas para o campo partidário. O engessamento do espaço, das ações e liderança desses profissionais diminui indiretamente as conquistas do PSDB. Os danos causados pela ausência deles em postos diferenciados são acentuados por dois fatores: 1) a falta da interferência desses líderes por si só não permite que o PSDB faça a diferença e se destaque diante da população/líderes comunitários, ou seja, votantes diretos/mobilizadores e; 2) a política nefasta, ações e gestão medíocres de seus substitutos causam danos muitas vezes irreversíveis para o PSDB e, principalmente, sua imagem como partido de liderança.
    Este critério, se não for considerado e avaliado, acredito ser difícil reverter a situação com a eficácia necessária que o partido precisa frente ao prazo disponível de 2012. Quero o melhor para o partido e, principalmente, para os líderes que nele estão que são seres humanos e profissionais diferenciados, que promovem o PSDB simplesmente por fazerem parte dele, por elevarem a gestão pública, realizar alianças construtivas e causar transformações positivas.
    É dessa alavanca que precisamos para mudar em 2012!

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