Historicamente, a importância do Ipiranga vai além dos limites do Estado. Às margens do rio com o mesmo nome do bairro, é o marco da independência do Brasil, fato registrado no Hino Nacional e também no Museu Paulista, inaugurado em 1895. Entre o vasto acervo, está a famosa tela "Independência ou Morte", do pintor Pedro Américo, datada de 1888. O museu fica no Parque da Independência, que abriga ainda a Casa do Grito e o Monumento à Independência. Sugiro a visita neste sábado, quando acontece, no fim da tarde, uma apresentação aberta da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
A inauguração da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em 1867, foi marcante para o bairro, atraindo indústrias e, depois, os casarões da Rua Bom Pastor e da monumental e arborizada Avenida Dom Pedro 1. Fica na Bom Pastor o Palácio dos Cedros, mansão construída nos anos de 1920 pela família Jafet, pioneira da imigração libanesa. Outro imóvel da família Jafet, na mesma rua, é o Palacete Rosa. Infelizmente, a visitação não é aberta ao público.
No período de industrialização, o Ipiranga também recebeu muitas instituições católicas. Capelas e igrejas antigas, como a de São José do Ipiranga, construída em 1912, são imóveis de grande riqueza arquitetônica. Outra preciosidade é a Capela do Cristo Operário, na Rua São Daniel. Tombado pelo patrimônio histórico, o local realiza missas aos domingos em meio a peças modernistas, como vitrais e quadros de Alfredo Volpi e esculturas de Bruno Giorgi.
Recentemente, o Ipiranga se beneficiou com o desenvolvimento do transporte na cidade. Além do Expresso Tiradentes, foram construídas duas estações do Metrô - Alto do Ipiranga e Sacomã -, que se destacam pela modernidade e grandiosidade. Na estação Sacomã, fica a obra "Árvore Subterrânea", bonito painel feito em mosaico de resíduos cerâmicos. Mais motivos para que pessoas de outras regiões visitem o bairro e conheçam mais da nossa história e da nossa cidade.
Andrea Matarazzo é secretário estadual de Cultura de São Paulo.
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