"Depende muito mais do PSDB do que de mim" Diz Indio

Ex-deputado, Indio da Costa disputou a vice-presidência da República ao lado de José Serra, do PSDB


Ex-deputado, Indio da Costa, que disputou a Presidência como vice de José Serra (PSDB), deixou o DEM e, embora não admita em público, já manifestou a interlocutores próximos o interesse de ir para o PSDB. Em entrevista concedida aTerra Magazine, ele refuta o assunto, mas deixa claro que, para se tornar um tucano, depende muito mais do partido do que dele mesmo:



- Depende muito mais do PSDB do que de mim. Não só do nacional, mas também do Rio.
Nesta quarta-feira (23), Indio comunicou as suas lideranças que deixaria o DEM. Hoje, ele diz estar se sentindo "liberto", e não poupa seu padrinho político, Cesar Maia, de duras críticas.
- Cesar é autocrático, ele decide e acabou o assunto. Não tem conversa. (...) Os caras querem o partido só para eles. Eu não vou disputar com Cesar Maia. Entrei na política há 19 anos pelas mãos dele. Não vou disputar o diretório com ele, não vou bater chapa. (...) Nesta agremiação eu me senti absolutamente aviltado, desrespeitado.
Indio joga nos Maias, Cesar e Rodrigo - deputado e ex-presidente da sigla -, a responsabilidade por sua saída. No ano passado, o ex-deputado disputou a vice-presidência da República pela coligação PSDB-DEM. E ainda durante a campanha, ele já manifestava insatisfações com seu partido.
Confira:
Terra Magazine - Como foi a decisão?
Indio da Costa - O Cesar Maia vai fazer uma intervenção no diretório municipal do Rio. Maia pediu que o presidente do DEM-RJ renunciasse e indicasse ele para assumir o seu lugar. Isso lhe foi negado, Maia disse que estava tudo bem, mas no mesmo dia reuniu, em sua casa, lideranças partidárias para intervirem no partido e tirar o presidente estadual.

Como comunicou o partido da sua decisão?
Falei ontem a Agripino Maia e a ACM Neto.

Como eles receberam a sua decisão? Nacionalmente, o senhor estava sendo prestigiado no partido... 
Há um equívoco. Quem não tem mandato, entende que a política nacional é mais nobre do que a regional. Isso não é verdade. Não é mais nobre, é mais ampla. Como farei política nacional sem ser eleito? Preciso me eleger. Como farei isso num partido que não abre espaço?

Deixou o DEM por falta de perspectivas, certo? 
Eu saí do DEM e não tenho ainda outro projeto.

Em que medida há, nessa decisão, um desejo de disputar a prefeitura do Rio de Janeiro? 
O problema é muito pior, e maior, do que isso. Cesar é autocrático, ele decide e acabou o assunto. Não tem conversa. Ele reuniu na casa dele quem ele achava que era interessante para fazer a intervenção no partido, e preparou para fazê-la hoje. O presidente municipal, Paulo Cerri, ligou para mim e disse que não aceitaria essa situação e também saiu. Os caras querem o partido só para eles. Eu não vou disputar com Cesar Maia. Entrei na política há 19 anos pelas mãos dele. Não vou disputar o diretório com ele, não vou bater chapa. Ele que seja feliz no rumo dele, no caminho dele, e eu vou tocar a minha vida. Eu saio dos Democratas e vou manter a mesma linha de tudo o que eu defendi a vida toda. Nesta agremiação eu me senti absolutamente aviltado, desrespeitado.

Isso no Rio de Janeiro, mas e nacionalmente? 
Tenho certeza de que o Agripino (Maia, senador pelo Rio Grande do Norte) vai fazer uma grande gestão muito melhor do que o partido estava tendo com Rodrigo Maia como presidente.

Na oposição e em minoria, como o senhor avalia essa fragmentação? 
Infelizmente, a vaidade de uns é maior do que a racionalidade.

Quais as perspectivas que o senhor enxerga para si mesmo? 
O mundo está todo aberto pela frente. Tenho uma sensação de liberdade muito grande. Eu não estava sendo convidado para as reuniões aqui no Rio. As decisões vinham sendo tomadas de maneira extemporânea e burocrática.

Quais as chances de aderir ao partido de Kassab? 
Olha, a mesma de eu ir para qualquer outro partido. Para qualquer partido, diferente dos governistas, eu tenho possibilidade de ir.

Kassab já sinalizou que o PSD não é diametralmente oposto ao governo. E aí? 
Essa é muito mais uma discussão da imprensa do que na prática da política do Congresso. Sou favorável à privatização dos aeroportos, defendi isso na campanha eleitoral. Terei que ser contra porque o governo é a favor agora? Minha postura e linha política são as mesmas.

Quais as chances de ir para o PSDB? 
Depende muito mais do PSDB do que de mim. Não só do nacional, mas também do partido no Rio.

Fonte: Marcela Rocha - Terra Magazine

Comentários

  1. Antonio da Silva Ortega25/3/11 17:11

    SEJA BEM VINDO DEPUTADO ÍNDIO da COSTA. O seu nome já representa uma brasilidade que falta no nosso BRASIL, pois, foi tomado de assalto por pessoas que querem nos vender ao TERRORISMO MUNDIAL, através deste PT que em nada representa a PÁTRIA BRASILEIRA.
    VIVA O BRASIL.
    FORA PT, JÁ.

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